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Will Robson da Silva, professor do Projeto Aceleração
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Publicado em 25/11/2016
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Foto: Alberto Jacob Filho

Com sorrisão e simpatia característicos, Will Robson da Silva consegue envolver os alunos e pôr ordem na sala de aula. “Sorriso de ator! Tira onda! Aê, Will, tá bonitão!”, diz um aluno, enquanto o professor posa para uma foto. Criado em uma comunidade no bairro do Encantado, ele diz entender a realidade da maioria de seus alunos e se sentir próximo dos mesmos. Mas atribui as conquistas em sala de aula ao que diz ser sua palavra de ordem: respeito.

“Brigo muito com eles e por eles. Eu os respeito e eles me respeitam. Se o aluno veio ao meu espaço, é para trabalhar. Eles têm que entender que não podem fazer qualquer coisa aqui. Na comunidade onde vivem, por exemplo, eles sabem que não podem fazer o que querem”, diz o professor, ressaltando que “tática boa para lidar com os alunos é a que funciona”.

Professor de Língua Espanhola por formação, hoje Will está à frente de duas turmas do Projeto Aceleração, nas escolas municipais Thomas Mann (Cachambi) e Bento Ribeiro (Méier), ambas da 3ª CRE. “Nessas turmas, tenho um contato maior com os alunos. O professor é uma referência muito forte para eles, mas os faço entender que não vão me ter a vida toda: ou seja, no segundo grau, é cada um por si. Eles têm que aprender a ser independentes.”

Em sala, além de se preocupar com o conteúdo programático, Will conversa com os alunos sobre diversos assuntos: de aborrecimentos com a família até sexo, drogas e violência. “A verdade é que todos os problemas da sociedade estouram primeiro na escola: tudo passa por aqui”.

Do suporte técnico à sala de aula

Apadrinhado pelos ex-patrões da mãe, empregada doméstica, Will sempre foi muito cobrado quanto à importância dos estudos. “Minha mãe morava com os patrões, que sempre me consideraram da família e me cobravam estar com notas boas. Uma das filhas deles, com 16 anos, me alfabetizou; a outra foi comigo a primeira vez ao cinema; e o caçula era meu amigo de brincadeiras. Graças a essa família, tornei-me a pessoa que sou hoje. Deram-me amor e um capital cultural enorme”.

Foto: Alberto Jacob Filho

Ao terminar o Ensino Fundamental, Will cursou segundo grau técnico em Eletrônica e atuou por mais de dez anos na área de suporte de informática. “Estava experimentando. Ainda não sabia ao certo o que queria fazer da vida, mas precisava ganhar um dinheiro”.

Durante esse tempo, decidiu fazer uma faculdade. A opção inicial era Jornalismo, mas, como a concorrência neste curso em universidades públicas era muito grande – e ele não poderia pagar uma instituição particular –, optou por Letras, ingressando na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). “Fui o primeiro da minha família a estudar em uma universidade pública”, conta, orgulhoso. Como já havia feito inglês, escolheu a licenciatura em Português e Espanhol.

Quando se formou, em 2001, prestou um concurso para a Rede Municipal e, já no ano seguinte, foi chamado, começando a lecionar Espanhol no Ciep Marechal Henrique Teixeira Lott, em Realengo (8ªCRE). Na mesma época, também dava aula em colégios particulares.

Após cinco anos no Ciep, Will foi para a E.M. Bolívar, no Engenho de Dentro, e, depois, para a E.M. Francisco Jobim, em Todos os Santos, ambas da 3ª CRE. Nessa última, assumiu uma turma do Projeto Realfa – depois de a disciplina de Língua Espanhola ter sido retirada da grade curricular. “A maior dificuldade para mim era ficar 4h30 com a mesma turma. Eu era acostumado a dar aulas para diversas turmas, então, parecia que a hora não passava! Hoje, já acho supertranquilo”.

A relação escola-família

O grande problema da sala de aula, segundo o professor, é a falta de limites dos alunos. “Celular a toda hora, respostas em qualquer tom... Então, chamo os responsáveis na escola. Preciso saber quem é o pai do meu aluno. Digo que não admito falta de respeito e que não quero ser pai do filho deles”.

Além de convocar os pais à escola, Will participa de grupos no Whatsapp (aplicativo de celular para a troca de mensagens) com os responsáveis. “Eles têm o número do meu celular e nos comunicamos. Envio a matéria que deve ser estudada para as provas, pergunto por que o estudante está faltando muito, entre outros assuntos”.

Quanto à escola, o educador faz uma crítica ao ensino. “O aluno deveria ser modificado pela escola, mas acontece o oposto. A escola se molda, cede. Mas cabe a reflexão: ensinamos o quê e para quem? O retorno social é que eles não conseguem vagas em universidades públicas, por exemplo, porque no vestibular não há concessão.”

Paixão pela arte

Will já fez comerciais, desfila em escolas de samba no carnaval carioca e até participou como dançarino da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de 2016. O entusiasmo e dedicação às artes são notórios.

Apaixonado por teatro, ele fez o curso da Casa das Artes de Laranjeiras (CAL) e usa com os alunos algumas técnicas aprendidas lá. “Atuar sempre foi um sonho de criança e até hoje não desisti dessa carreira. E levo isso para a sala de aula: promovo rodas de leitura e proponho jogos teatrais para trabalhar a atenção, a concentração e a expressão”, explica.

“No início, meu instrumento era o computador, mas eu não gosto de máquina, gosto mesmo é de gente. Não farei a diferença para todos, mas farei para alguém. Assim como meus padrinhos, que podem não ter salvado o mundo, mas me salvaram”.

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