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Candido Portinari, o filho de lavradores que se tornou conhecido mundialmente
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Publicado em 07/07/2014
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portinari fotoAconteceu no Brasil. Em 1903, nascia o segundo filho dos 12 que teria um casal de imigrantes italianos, trabalhadores da fazenda de café Santa Rosa, no interior de São Paulo. A cidade mais próxima era Brodowski, com 700 habitantes. Chamaram o menino de Candido Portinari. A Escola Municipal Candido Portinari, da 11ª CRE, em Pitangueiras, deve seu nome ao grande pintor.

Quando ele tinha 3 anos, seus pais se mudaram para a cidade e se estabeleceram como comerciantes. Candido estudou até o terceiro ano do curso primário. Adorava desenhar e, aos 10 anos, já fazia retratos detalhados. Sonhava ser pintor.

Já rapaz, se ofereceu como ajudante de um grupo de pintores e escultores de igrejas que trabalhava por lá. Até que surgiu uma oportunidade: ir para o Rio de Janeiro com uma família amiga de seus pais. Eles possuíam uma pensão na Avenida Passos, número 44, no Centro, e o hospedaram.

Na capital do país, pôde estudar no Liceu de Artes e Ofícios. Sem perder tempo, em 1920, matriculou-se como aluno livre na Escola Nacional de Belas Artes, cursando regularmente as aulas de desenho figurado. Oito anos depois, recebeu da ENBA, como prêmio da XXXV Exposição, uma viagem de estudos para a Europa. Ficou dois anos em Paris, onde se casou com a uruguaia Maria Victoria Martinelli, companheira da vida inteira e que lhe daria o único filho, João Candido.

Portinari pintou intensamente. Cenas de infância, circo, cirandas e também a dor da gente brasileira – retirantes, trabalhadores braçais. Expôs nos principais museus brasileiros: Museu Nacional de Belas Artes e Museu de Arte Moderna, no Rio de Janeiro, e Museu de Arte de São Paulo. Em Nova York, nos Estados Unidos (1940), teve uma exposição dedicada à sua obra no Museu de Arte Moderna (MoMA), chamada Portinari of Brazil, com 180 obras. Essa mostra percorreu diversas cidades americanas. 

Em 1946, foi a vez de Paris, Galeria Charpentier. Um de seus últimos trabalhos foram dois imensos painéis (14 metros por 10 metros cada) para a sede da ONU, em Nova York – Guerra e Paz.

O pintor morreu no Rio de Janeiro, aos 59 anos, em decorrência de intoxicação por metais pesados, contidos nas tintas que usava.

 

Oportunidade para conhecer a obra de Candido PortinariPortinari NSradoCarmo3

Hoje em dia, é possível conhecer parte expressiva de sua obra em dois museus cariocas – o Museu Nacional de Belas Artes, no Centro, e o Museu da Chácara do Céu, em Santa Teresa.

O MNBA acaba de inaugurar uma exposição inédita com obras recém-doadas. São 65 peças que abarcam vários núcleos temáticos do artista: social, trabalho, religioso e histórico, além de ilustrações que Portinari fez para Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. A maior parte desta mostra é composta por desenhos, incluindo três matrizes (chapas em metal a partir de onde se imprime) das séries Tiradentes e Boba.

A instituição é hoje o museu com o maior acervo de Portinari. No segundo e terceiro andares podem também ser conhecidas cerca de mais 20 telas. Obras significativas como a Primeira Missa no Brasil, Café e os quatro quadros que adornavam a Capela Mayrink, na Floresta da Tijuca. Há também retratos como os de Olegário Maciel, Yedda Schmidt e Maria Portinari.

Já o Museu da Chácara do Céu, atualmente, dispõe para apreciação pública cinco telas – Retrato de Castro Maya (de quem Portinari era amigo), Flores, Lavadeiras, Menino com Carneiro, Sapateiro de Brodósqui – e 18 desenhos feitos para uma edição de D. Quixote, da editora José Olympio, nunca publicada.

Grupos de estudantes uniformizados, acompanhados pelo professor, não pagam entrada. Menores de 12 anos e maiores de 65 também têm direito à gratuidade.

Há outra atração para professores e alunos no Museu Chácara do Céu: as visitas monitoradas. No caso das escolas públicas, também gratuitas. Basta agendar pelo telefone 3970-1198 (Fernanda ou Ozias). No final, são realizadas oficinas diversas, como as de desenho, colagem e massinha, dependendo da faixa etária do público.

Uma informação interessante é que o professor pode definir previamente, com a Comunicação Social do museu, o que o grupo desejará conhecer do acervo. Pode ser uma visita geral, por exemplo, ou destinada a conhecer alguma parte da coleção, como as obras de Portinari ou de outro artista estudado. É possível ter uma ideia do que encontrar através deste site. 

 

Painéis

Uma faceta marcante de Candido Portinari são suas obras grandiosas para prédios públicos. No Rio, mais especificamente no bairro de Benfica, a Escola Municipal Edmundo Bittencourt tem um painel de azulejos do artista na fachada externa do ginásio.

4476804861 706e786b85_mOutro exemplo é o Palácio Gustavo Capanema, na Rua da Imprensa, 16, Centro, que guarda importantes obras de Portinari: dois painéis de azulejos nos pilotis externos; mural em têmpera no segundo andar, retratando jogos infantis; telas com os quatro elementos – fogo, ar, água e terra (apenas estas estão em gabinetes e, dependendo do horário da visita, podem ser vistas); e o Salão Portinari, com 12 afrescos representando os ciclos econômicos do Brasil – pau-brasil, cana-de-açúcar, gado, garimpo, fumo, algodão, erva-mate, café, cacau, ferro, carnaúba e borracha.

Fica o convite para fazer turismo em sua própria cidade, gastando pouco e conhecendo quadros, painéis, desenhos desse artista que retratou nosso país e nossa gente.

 

Nota: a tela que está na primeira página do Portal da MultiRio é Meninos Brincando, de Candido Portinari, 1955, FCO: 2012, CR: 3454, pintura a óleo / tela, 60 X 72,5cm. Todas as reproduções utilizadas para ilustrar esta matéria foram autorizadas por João Candido Portinari.

 

SERVIÇO:

Museu Nacional de Belas Artes – Avenida Rio Branco, 46, Centro. De terça a sexta-feira, das 10h às 18h, e sábados, domingos e feriados, das 12h às 17h. Gratuito.

Museu da Chácara do Céu – Rua Murtinho Nobre, 93, Santa Teresa. Só não abre às terças-feiras. Nos outros dias, o horário de visitação é das 12h às 17h, com ingresso a R$ 2. Menores de 12 anos e maiores de 65 anos não pagam. Quarta-feira, a entrada é gratuita para todos.

Palácio Gustavo Capanema. Rua da Imprensa, 16, Centro. Telefone da Administração: 2220-1490. Para agendar visitas, envie e-mail para condominio.pgc@iphan.gov.br

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