O nome do bairro faz uma homenagem de agradecimento a Cecília Vieira de Bonsucesso. No ano de 1754, a proprietária do chamado Engenho da Pedra de Bonsucesso mandou reformar uma capela dedicada a Santo Antônio, construída em 1738, que ficava em suas terras e servia à comunidade. Bastante extensas, elas chegavam até o Porto de Inhaúma, por onde se escoava a produção agrícola e o açúcar fabricado na localidade.
Na região da linha férrea da Leopoldina, Bonsucesso teve o destaque maior, enquanto o Méier se tornava a principal estação na linha da Central do Brasil. Curiosamente, até pelo menos a década de 1940, a estação de trem de Bonsucesso, em funcionamento desde 1886, tinha que se chamar Bonsucesso do Rio, já que existia uma parada homônima mais antiga na Estrada de Ferro do Norte, logo após a cidade de Petrópolis.
Outro marco importante do bairro data de 1896, quando foi erguida uma capela para Nossa Senhora do Bonsucesso no alto da Rua Olga, em terreno doado por Adriano Rocha Costa. Um navio de guerra transportou a imagem da padroeira, vinda da França, até o Porto de Inhaúma, e dali foi carregada em procissão pelos devotos até o altar. Entre os anos de 1890 e 1906, a região da Leopoldina teve o maior aumento populacional registrado na cidade do Rio de Janeiro: 293%. Avanço atribuído, em parte, ao empreendedorismo de então na área de Bonsucesso.
O bairro passou a ganhar ainda mais relevância no início da Primeira Guerra Mundial. O velho Engenho da Pedra de Bonsucesso seria loteado e urbanizado quando, em 1914, Guilherme Maxwell adquiriu a propriedade. O engenheiro decidiu criar um novo bairro – a “Cidade dos Aliados” – e batizar as novas ruas em homenagem aos países que se uniram contra a Alemanha: a França, a Inglaterra, a Bélgica, a Itália e os Estados Unidos. Surgiram assim, respectivamente, a Praça das Nações e as avenidas Paris, Londres, Bruxelas, Roma e Nova York.
Do lado oposto da estação, coube a um membro da família Frontin expandir o bairro. Também sob influência da Primeira Guerra, foram abertas as ruas com nomes de políticos e militares de destaque, como Clemenceau, Marechal Foch e General Galieni. Os naturalistas Saint-Hilaire e Humboldt, que fizeram expedições científicas pelo interior do Brasil no século XIX, foram da mesma forma homenageados como nomes de logradouros.
Com o deslocamento da atividade industrial para outros bairros a partir da década de 1980, Bonsucesso enfrentou esvaziamento econômico, e há muitos galpões abandonados – contrastando com a época de ouro da área.
A população do bairro
No ranking dos bairros mais populosos do Rio, Bonsucesso aparece apenas em 103º lugar, de um total de 160. Segundo o Censo mais recente do IBGE, a população local decresceu cerca de 3% entre 2000 e 2010, passando de 19.298 para 18.711 moradores. Os idosos representam 20,02% do total, enquanto crianças e jovens até 24 anos são quase um terço da população (29,56%). O número de mulheres (54,27%) supera o de homens e a proporção de alfabetizados é elevada: 96,90%.