Aline Paixão Miranda Carvalho é professora de Ciências na rede municipal do Rio de Janeiro desde 2010 e há quatro anos atua na EJA (Educação de Jovens e Adultos). Aline é licenciada em Ciências Físicas e Biológicas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), concluiu mestrado em Ciência, Tecnologia e Educação pelo Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet/RJ) e atualmente faz doutorado na mesma instituição. Suas áreas de pesquisa são: Currículo crítico no ensino de Ciências e Gênero/mulheres no ensino de Ciências.
Fátima Filgueiras Rocha Correia é professora de Língua Inglesa na rede municipal do Rio de Janeiro desde 1999, está há 10 anos na EJA e há dois no Centro Municipal de Referência de Educação de Jovens e Adultos (Creja). Fátima concluiu formação na área de Letras (Inglês) pela Uerj, pós-graduação em Educação em Turismo e especialização pelo PDPI – Programa de Desenvolvimento Profissional para Professores de Língua Inglesa pela Universidade de Ohio (EUA).
Após a sensibilização, diversos questionamentos foram levantados pelas estudantes, como:
Nosso trabalho se iniciou com uma aula aberta a todos e a todas estudantes do Centro Municipal de Referência de Educação de Jovens e Adultos, o Creja, sobre a origem do 8M – ato em defesa dos direitos das mulheres, tradicionalmente realizado no dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher – e a luta das mulheres até os dias atuais. A partir dessa atividade, surgiram vários questionamentos que impulsionaram outras atividades ocorridas durante a semana. As atividades desenvolvidas foram:
Entendemos que somente o fato de que nascer mulher já nos conduz historicamente a um lugar de submissão. Assim, a ideia deste trabalho surge principalmente para problematizar esse lugar que não queremos e que não devemos estar.
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) apresenta em sua história uma relação íntima com sujeitos sociais invisibilizados. As experiências desses sujeitos apontam para uma educação onde o diálogo e a reflexão sobre a condição de sua existência sejam um motor de propulsão para a conscientização das opressões que sofrem (FREIRE, 1987; ARROYO, 2014). Por isso, as mulheres relegadas em sua história a sujeitos passivos (LERNER, 2019) devem encontrar nos bancos escolares da EJA uma tentativa de reconstrução de suas histórias, tornando esse coletivo pertencente à classe feminina uma resistência a práticas machistas, sexistas e patriarcais que ainda existem na sociedade, inclusive o ciclo de violências em que todas estão inseridas.