ACESSIBILIDADE:
Acessibilidade: Aumentar Fonte Acessibilidade: Retornar Fonte ao Tamanho Original Acessibilidade: Diminuir Fonte
Ícone do YouTube Ícone do Instagram Ícone do Tik Tok Ícone do Facebook WhatsApp
Ícone Sanduíche para Navegação
Logotipo do Projeto Cartografias de Boas Práticas da Rede Navegue pelo mapa e conheça as diferentes ações escritas e promovidas por profissionais de toda a nossa Rede.
Boas Práticas
Educação de Jovens e Adultos (EJA Rio)
Mulheres da/na EJA: relato de uma experiência de resistência às violências cotidianas
Informações
Sequência Didática
Resultados Observados
UNIDADE DE ENSINO
Creja - Centro Municipal de Referência de Educação de Jovens E Adultos - CREJA
Rua da Conceição 74/76-a - Centro
Unidade não vocacionada


AUTOR(ES)
Aline Paixão Miranda Carvalho e Fátima Filgueiras Rocha Correia

Aline Paixão Miranda Carvalho é professora de Ciências na rede municipal do Rio de Janeiro desde 2010 e há quatro anos atua na EJA (Educação de Jovens e Adultos). Aline é licenciada em Ciências Físicas e Biológicas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), concluiu mestrado em Ciência, Tecnologia e Educação pelo Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet/RJ) e atualmente faz doutorado na mesma instituição. Suas áreas de pesquisa são: Currículo crítico no ensino de Ciências e Gênero/mulheres no ensino de Ciências.

Fátima Filgueiras Rocha Correia é professora de Língua Inglesa na rede municipal do Rio de Janeiro desde 1999, está há 10 anos na EJA e há dois no Centro Municipal de Referência de Educação de Jovens e Adultos (Creja). Fátima concluiu formação na área de Letras (Inglês) pela Uerj, pós-graduação em Educação em Turismo e especialização pelo PDPI – Programa de Desenvolvimento Profissional para Professores de Língua Inglesa pela Universidade de Ohio (EUA).

CARGO/FUNÇÃO DO AUTOR
PI Ciências e PI Inglês
EJA/Bloco
EJA I Bloco 1 , EJA I Bloco 2 , EJA II Bloco 1 e EJA II Bloco 2
COMPONENTE CURRICULAR
/
/
/
/
/
/
PERÍODO DE REALIZAÇÃO
Março/2023 até Março/2023
Problematização

Após a sensibilização, diversos questionamentos foram levantados pelas estudantes, como:

  • Por que as mulheres sempre aceitaram esse destino caladas?
  • Por que as mulheres mais pobres e pretas são as que mais sofrem violência?
  • Todas essas violências estão ligadas ao corpo feminino?

Texto base
O texto-base apresentado foi utilizado como um despertar da consciência feminista, pois nele foi contada a história das mulheres e como a opressão em cima desses corpos femininos foi iniciada.
Desenvolvimento

Nosso trabalho se iniciou com uma aula aberta a todos e a todas estudantes do Centro Municipal de Referência de Educação de Jovens e Adultos, o Creja, sobre a origem do 8M – ato em defesa dos direitos das mulheres, tradicionalmente realizado no dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher – e a luta das mulheres até os dias atuais. A partir dessa atividade, surgiram vários questionamentos que impulsionaram outras atividades ocorridas durante a semana. As atividades desenvolvidas foram:

  1. A confecção de um mural informando todos os tipos de atos de violência cometidos contra mulheres; como denunciar esses atos e onde essas mulheres podem ser acolhidas quando estão em situação de violência. Nesse mural, buscamos deixar claro que as mulheres têm saída e que podem contar com a escola.
  2. Atividade: Como reconhecer um macho. Nessa atividade os alunos e a professora de Língua Inglesa da unidade foram convidados a refletir sobre situações e episódios cotidianos de machismo entranhados na sociedade, correlacionando-os com palavras em Inglês como, por exemplo, mansplaining. Foram utilizados vídeos curtos para problematizar as situações.
  3. A partir da história de vida e luta da cantora e compositora norte-americana Aretha Franklin, os(as) estudantes foram convidados(as) a pensar e pesquisar a trajetória de outras mulheres influentes na sociedade e que se indignaram com a situação das mulheres no mundo. A canção Respect, interpretada pela cantora, foi utilizada como sensibilização nessa atividade. Os(as) estudantes também puderam utilizar a sala de informática para pesquisar.
  4. Uma roda de conversa foi realizada com a participação da advogada Mariah Castro Neves, membro do Instituto Brasileiro de Direito da Família (Ibdfam), e com as estudantes da escola sobre a Lei Maria da Penha e os encaminhamentos jurídicos necessários relacionados a divórcio, pensão alimentícia e aos diversos tipos de violência. Nessa roda, somente as mulheres participaram para que fosse possível a escuta mais sensível da realidade vivenciada por elas.

Produto Final

  1. Fizemos um mural relacionando todos os tipos de violência contra as mulheres, mostrando como denunciá-los e informando onde essas mulheres podem ser acolhidas quando em situação de violência. Nesse mural, buscamos deixar claro que as mulheres têm saída e que podem contar com a escola;
  2. Na atividade Como reconhecer um macho. convidamos alunos(as) e a professora de Língua Inglesa da unidade para uma reflexão sobre situações e episódios cotidianos de machismo entranhados na sociedade, correlacionando-os com palavras em inglês como, por exemplo, mansplaining. Utilizamos vídeos curtos para problematizar as situações;
  3. A partir da história de vida e luta da cantora e compositora norte-americana Aretha Franklin, os(as) estudantes foram convidados(as) a pensar e pesquisar histórias de outras mulheres influentes na sociedade que se indignaram com a situação das mulheres no mundo;
  4. Reunimos numa roda de conversa a advogada e membro do Instituto Brasileiro de Direito de Família (Ibdfam) Mariah Castro Neves e as estudantes da escola. A conversa girou em torno da Lei Maria da Penha e os encaminhamentos jurídicos necessários relacionados ao divórcio, à pensão alimentícia e aos diversos tipos de violência.

Objetivos das Orientações Curriculares da EJA

  • Reconhecer a saúde individual e coletiva em suas dimensões física, mental e social como um bem e como um direito do cidadão;
  • Analisar o papel social que os sujeitos históricos desempenham nas relações de trabalho;
  • Compreender como as relações de poder e dominação são construídas socialmente;
  • Estabelecer as diferenças, conexões e diálogos entre o conhecimento científico e o popular.

Sensibilização/Contextualização para o tema

Entendemos que somente o fato de que nascer mulher já nos conduz historicamente a um lugar de submissão. Assim, a ideia deste trabalho surge principalmente para problematizar esse lugar que não queremos e que não devemos estar.

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) apresenta em sua história uma relação íntima com sujeitos sociais invisibilizados. As experiências desses sujeitos apontam para uma educação onde o diálogo e a reflexão sobre a condição de sua existência sejam um motor de propulsão para a conscientização das opressões que sofrem (FREIRE, 1987; ARROYO, 2014). Por isso, as mulheres relegadas em sua história a sujeitos passivos (LERNER, 2019) devem encontrar nos bancos escolares da EJA uma tentativa de reconstrução de suas histórias, tornando esse coletivo pertencente à classe feminina uma resistência a práticas machistas, sexistas e patriarcais que ainda existem na sociedade, inclusive o ciclo de violências em que todas estão inseridas.

Os(as) estudantes foram convidados(as) a relatar a vivência/experiência deles(as) na semana dedicada às mulheres. Conseguimos recolher narrativas impactantes de nossas estudantes a partir das atividades desenvolvidas e pudemos perceber que ao conhecerem e se apropriarem de sua história e direitos, outro mundo poderia se abrir para elas. A semana da mulher em nossa escola contribuiu para a elaboração de um pensamento crítico emancipador e mais engajado na luta pela libertação das mulheres. Alguns relatos foram disponibilizados em anexo.
Registros
IMAGENS
Mural - Violência contra às mulheres
Relato de aluna 3
Relato de aluna 2
Relato de aluna 1
Atividade Inglês - Mulheres influentes e Como identificar um macho.
Aulão 8 M
PDFs
Envie sua mensagem
E aí, professor(a)?

Gostou dessa ação, tem alguma sugestão ou quer tirar alguma dúvida com este(a) professor(a)? Mande uma mensagem para ele(a) aqui. As Cartografias também consistem neste espaço de trocas e compartilhamentos do que se produz na Rede Municipal de Educação carioca.