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Boas Práticas
Práticas integradas de assistentes sociais, professores e psicólogos
Cuidando de quem cuida: acolhimento às professoras da E.M. Canadá
Informações
Relato
Resultados Observados
UNIDADE DE ENSINO
EM Canadá - 1ª CRE
Rua São Carlos 181 - Estacio
Unidade não vocacionada


AUTOR(ES)
Dinorah Nery, Juliana Dal-Bello e Shirley Lima

  • Dinorah Nery é assistente social formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduada em Terapia de Família pela Universidade Cândido Mendes (Ucam). Dinorah atua como assistente social na rede de ensino da Prefeitura do Rio desde 2008.
  • Juliana Dal-Bello é assistente social formada pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e concluiu a pós-graduação Serviço Social e o Trabalho com Famílias no Centro Universitário Augusto Motta (Unisuam). Juliana atua como assistente social na rede de ensino da Prefeitura do Rio desde 2008.
  • Shirley Lima é psicóloga formada pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e pós-graduada em Saúde Mental pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz). Shirley atua como psicóloga na rede de ensino da Prefeitura do Rio desde 2007.

CARGO/FUNÇÃO DO AUTOR
Dinorah e Juliana: Assistentes Sociais e Shirley: Psicóloga.
ANOS/GRUPAMENTOS ENVOLVIDOS
1º ano
2º ano
3º ano
4º ano
5º ano
OBJETIVOS
Oferecer um espaço acolhedor de escuta, circulação de ideias, de cuidado com a saúde e a saúde mental, bem como de criação de estratégias para lidar com os desafios constantes da rotina do ambiente escolar e comunitário.
PERÍODO DE REALIZAÇÃO
Março/2022 até Julho/2022

A experiência foi realizada na E.M. Canadá, localizada no Morro de São Carlos, Estácio, Zona Central da cidade. A escola enfrenta um processo de perdas e lutos provocado pela alta vulnerabilidade da comunidade no enfrentamento da pandemia. O território é dominado por agentes armados e a violência convive com os moradores de forma naturalizada.

Na rede pública, somou-se à sobrecarga dos docentes a preocupação e o sentimento de impotência em relação às dificuldades de acesso dos estudantes às aulas online. Os efeitos da pandemia na saúde mental de professores e alunos envolviam tanto aspectos da vida pessoal quanto externos (relacionados à situação socioeconômica e sanitária do país).

Atendendo a demandas da direção e do corpo docente da escola, promovemos cinco encontros com os professores no formato de rodas de conversa. Nesses encontros, planejamos incluir temáticas relacionadas à realidade vivenciada pelo grupo e acirrada pelo enfrentamento da pandemia e pela violência na comunidade. Falamos sobre:

  1. Acolhimento e levantamento de demandas;
  2. Importância do cuidado para cuidar;
  3. Memórias das infâncias;
  4. Infâncias no São Carlos e seu brincar; e
  5. Territórios do brincar: diálogos com as escolas.

No primeiro encontro (ocorrido logo depois da morte de uma aluna em acidente amplamente noticiado nas mídias), oferecemos acolhimento coletivo à equipe pedagógica e à direção, ocasião em que ambas puderam externar os desafios que haviam enfrentado com as turmas durante a pandemia – crianças agitadas, agressivas e com dificuldades de convivência. Professores e direção relataram como a perda de alunos desde o ano passado tem mobilizado a equipe docente e contaram como os alunos e a própria equipe vêm elaborando esses lutos.

No segundo encontro, fizemos uma dinâmica em que pedimos que a equipe da escola escrevesse em uma folha de papel a primeira palavra que pudesse ser associada à palavra cuidado. A atividade possibilitou que os professores refletissem não só sobre os cuidados dedicados aos alunos como os cuidados consigo próprios e nas relações no trabalho.

Alguns pontos destacados nesse momento foram a sobrecarga a que ficam submetidas as professoras quando o cuidado envolve filhos, alunos e a relação entre cuidar e ensinar. Os docentes também fizeram ponderações sobre como o cuidado dedicado às crianças é vivido no território.

No terceiro encontro, apresentamos ao grupo imagens que remetem à infância e convidamos cada participante a escolher aquela que mais representasse a sua infância. A atividade possibilitou o resgate de memórias afetivas e a identificação de diferenças e similaridades entre as infâncias das professoras e as de seus alunos. Algumas, entretanto, conseguiram relacionar as memórias de infância a suas escolhas profissionais.

No quarto encontro, apresentamos um vídeo produzido com alunos da escola, com o objetivo de mobilizar uma discussão sobre As infâncias no São Carlos e o papel da escola na construção subjetiva e social das crianças do lugar.

No quinto encontro, a partir do vídeo Território do brincar: diálogos com as escolas, os docentes discutiram de que forma potencializar o espaço do brincar no cotidiano da escola e usufruir todo o seu potencial pedagógico e também como construir esse brincar a partir das infâncias que habitam um contexto urbano atravessado por violências e vulnerabilidades sociais.

Atingimos os objetivos, pois em cada encontro travamos discussões saudáveis acerca das temáticas: as professoras mostraram a importância de expor suas ideias, trocar opiniões e criar estratégias que precisassem ser coletivas para lidar com demandas complexas como a violência, a vulnerabilidade das famílias e o adoecimento dos professores.

Falamos muito da importância do cuidado de cada um com sua saúde mental, do brincar no espaço escolar e até mesmo de promover um ambiente mais saudável na escola. Tivemos notícias de algumas iniciativas que possibilitaram criar momentos mais lúdicos durante o recreio e na própria sala de aula.

Os encontros foram importantes também como mais um espaço para que o grupo pudesse exercitar a discussão entre pontos de vista divergentes e a troca de experiências, fortalecendo, assim, os vínculos e o trabalho em equipe. Tanto a nossa equipe quanto a equipe gestora da escola consideraram necessário para o fazer pedagógico investir na garantia de espaços como estes.

Referências Bibliográficas

ANDRADE, Elizabete Rodrigues da Silva de. Adoecimento no trabalho docente em tempos de pandemia: impactos na saúde dos professores dos anos iniciais de uma escola da rede pública do DF. 2020. 48 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Pedagogia). Faculdade de Educação. Universidade de Brasília, 2020. Disponível em: https://bdm.unb.br/bitstream/10483/27195/1/2020_ElizabeteRodriguesSilvaDeAndrade_tcc.pdf. Acesso em: 3 nov. 2022.

MARCONDES, Adriana. Ser criança e adolescer em uma sociedade desigual. Fórum Pensamento Estratégico (Penses). Campinas: Unicamp, 14-15 set. 2015. Vídeo (21:10 min.). YouTube, 3 nov. 2022. Disponível em: https://youtu.be/ApWnk0u61Ds Acesso em: 3 nov. 2022.

NAÇÕES UNIDAS (Brasil). Covid-19: OMS divulga guia com cuidados para saúde mental durante a pandemia. ONU News. 18 mar. 2020. Disponível em: https://acervo.folha.uol.com.br/digital/busca.do?keyword=professor&periododesc=02%2F06%2F2020&por=Por+Dia&startDate=&endDate=&days=02&month=06&year=2020. Acesso em 3 nov. 2022.

_______. OMS: ‘O impacto da pandemia na saúde mental das pessoas já é extremamente preocupante’. 14 maio 2020. Disponível em: https://brasil.un.org/pt-br/85787-oms-o-impacto-da-pandemia-na-saude-mental-das-pessoas-ja-e-extremamente-preocupante. Acesso em 3 nov. 2022.

PRADO, Cláudio. O impacto da pandemia nos profissionais de educação. São Paulo, Fundação 1º de Maio, 6 ago. 2021. Disponível em: https://www.fundacao1demaio.org.br/artigo/o-impacto-da-pandemia-nos-profissionais-de-educacao. Acesso em 3 nov. 2022.

TAKAHASHI, Fábio; FLORES, Magê (Coord.). Podcast aborda cuidados com a saúde mental do professor em tempos de pandemia. Folha na Sala. Folha de S.Paulo, 2 jun. 2020. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/podcasts/2020/06/podcast-aborda-cuidados-com-a-saude-mental-do-professor-em-tempos-de-pandemia.shtml

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