Julio Antonio Gomes da Silva
Mestrando do PROFHISTÓRIA - Mestrado Profissional em Ensino de História, núcleo UFRJ. Possui graduação em História - Licenciatura pela Universidade Veiga de Almeida (2006). Em 2009, especializou-se em História Social e Cultural do Brasil, nas Faculdades Integradas Simonsen. Em 2017, concluiu a Especialização em Educação e Relações Étnico-Raciais, na Universidade Federal Fluminense. Sua pesquisa gira em torno de ensino de História, decolonialidade, representatividade, educação de jovens e adultos, educação e cotidiano escolar, currículo, narrativas e memórias. Participa do Grupo de Pesquisa Diferenças e Interculturalidades no Ensino de História DIFERIR, que integra o Laboratório de Estudos e Pesquisas em Ensino de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lepeh-UFRJ) e o Núcleo de Estudos de Currículo (NEC) da UFRJ, ligados à Faculdade de Educação (UFRJ).
CARGO/FUNÇÃO DO AUTOR: PROF I - História
Buscando uma releitura antirracista sobre nossas raízes afrobrasileiras, propus trazer representantes do Quilombo Dona Bilina (localizado a poucos quilômetros de nossa unidade) para uma apresentação do histórico e das atividades do Quilombo. Nisso, contamos com a presidenta da Associação dos Remanescentes, Leonídia, e com Alice Franco, integrante da Associação e psicóloga. Nossas convidadas chegaram entoando cântico de pedido de licença, por estar em nosso ambiente, e contaram com uma recepção um pouco fria. Porém, com as falas e as vivências, o grupo foi se soltando e participando de forma calorosa. Numa conversa que fluiu das origens do Quilombo, dos seus griôs e suas práticas, a um debate sobre a nossa ancestralidade, as turmas e os profissionais que estavam reunidos na plateia interagiram ao ponto de se encaixarem em práticas apresentadas, como o uso de plantas medicinais e receitas naturais, e até mesmo as rezas e simpatias. Dias depois, fiz uma roda de conversa com as classes especiais do integral, e acabamos achando um aluno que é morador do Quilombo!
Posteriormente, pedimos a oportunidade de visitarmos o Quilombo, já que as turmas se encontravam ansiosos por isso. No dia 14 de junho tivemos a oportunidade de, junto ao CIEP Armindo Marcílio Doutel de Andrade, visitar uma festividade junina, com músicas típicas, muita conversa e troca de experiências, além de uma exposição de Saberes e fazeres quilombolas. Com uma mesa colaborativa e um sistema de caronas dentro de nossa rede de apoio (estudantes e professores) e por transporte público, com meios próprios, chegamos ao Quilombo e participamos de uma culminância que não tínhamos proporção. Finalizamos mais que um Plano de Dimensões ligado ao GRA ou um projeto pedagógico: abrimos as portas para o ontem, com planos de caminhar no hoje, construindo o amanhã.