KARINA TROTTA SILVA
Karina Trotta
Karina é professora das séries iniciais do Ensino Fundamental na rede municipal de ensino do Rio de Janeiro desde 2021. É pedagoga pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) com especializações em supervisão educacional e educação corporativa. Com mais de 20 anos de experiência na área de educação atou nos programas TRANSFORMA - programa de educação dos Jogos Rio 2016 e NAVE – Núcleo Avançado em Educação. É defensora da escola pública de qualidade para todos!
CARGO/FUNÇÃO DO AUTOR: PARA QUE A GENTE SAIBA E JAMAIS ESQUEÇA
A sequência didática foi estruturada em sete aulas. No primeiro encontro, resgatei a tirinha do Armandinho "Para que a gente saiba e jamais esqueça" presente na página 56 da apostila Rioeduca. Após explorarmos o gênero textual, identificarmos as características, assunto e finalidade do texto. Em seguida, provoquei a seguinte reflexão: qual acontecimento histórico não devemos esquecer para que ele não se repita? O texto Cais do Valongo disponível na página 55 da apostila serviu de suporte para responder esta questão. Realizamos uma roda de conversa sobre a escravidão, tema que frequentemente é discutido em sala de aula.
Na aula seguinte, apresentei a canção "Identidade" do cantor e compositor Jorge Aragão. Fizemos a mesma análise da aula anterior em relação ao texto e conseguimos estabelecer relação entre os assuntos. Construímos um glossário e a palavra que causou mais interesse e espanto foi o vocábulo "açoite". Um dos versos da música "fato real da nossa história" fez com que mais uma vez refletíssemos sobre a diferença entre fato e opinião. A música faz menção a casos de racismos em elevadores sociais. Os estudantes puderam contar sobre casos de racismo vividos, presenciados ou que conheceram através da televisão e redes sociais. Os exemplos mais citados foram os episódios de racismos vividos no futebol, em especial com o jogador Vini Jr. Após, todo este debate, os estudantes assistiram um vídeo com apresentação da música no Youtube. Identificaram que o compositor da música é um homem negro, identificaram os instrumentos de percussão na música, influência da cultura africana. Apresentei brevemente a biografia de Jorge Aragão.
Depois dos debates em relação aos dois textos, convidei as turmas a prepararmos uma apresentação de dança e canto para toda a escola e eles prontamente aceitaram o desafio. Durante cinco dias, criamos e ensaiamos a coreografia. Definimos o figurino e realizamos a primeira apresentação durante a culminância da "1ª semana ERER da 10ª CRE" em nossa unidade escolar. O resultado foi tão positivo que realizamos mais duas apresentações: na reinauguração da Arena Carioca Chacrinha e na abertura da reunião de responsáveis de fechamento do 3º bimestre.
- Engajamento das turmas em todas as etapas.
- Utilização da dança, enquanto linguagem corporal, para apresentar um tema tão relevante: a luta dos negros no Brasil.
- Meninos e meninas com diferentes corpos dançando livremente. A dança é para todos.
- Interesse das outras turmas pela apresentação. Os estudantes observando os ensaios aprenderam a música e coreografia. Não há quem não conheça a música em toda a unidade escolar.
- O estudantes adquiriram conhecimentos sobre o período da escravidão e suas consequências no Brasil até hoje como o racismo estrutural. De forma adaptada à faixa etaária.
- Valorização da identidade negra a partir da música, dança e vestimentas.
- Sensibilização da comunidade para a temática apresentada.
- Apostila Rioeduca do 4º ano
- Art. 26-A da Lei Nº 9.394/96 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional