KELLY CARVALHO DE BRITO NEVES
Me chamo Kelly Carvalho de Brito Neves, nasci em 15/02/1982. Estudei na E.M Bernardo De Vasconcelos o ensino fundamental, o Ensino Médio conlui no C.E Gomes Freire de Andrade, a graduação em Pedagogia foi realizada no Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro. Atualmente estou finalizando a pós graduação em psicopedagogia pela Faculdade são Judas Tadeu. Entrei na Prefeitura do Rio de Janeiro no concurso de 2016, sendo empossada como Professora de Educação Infantil. Antes trabalhei como agente Auxiliar de creche contratada. Realizei o curso de Libras básico, intermediário e atualmente estou terminando o avançado pelo Instituto de Libras. Já realizei um projeto em Educação Emocional pela Prefeitura, atualmente trabalho na Perspectiva da Educação Inclusiva em Libras focando na educação bilíngue infantil e percebo um caminho de conquistas adiante. Venham ver a construção de um Projeto Vencedor!
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CARGO/FUNÇÃO DO AUTOR: Professora de Educação Infantil
O ensino de libras na Educação infantil é importante para a inclusão, pois é nessa idade que as crianças aprendem facilmente uma nova língua, além de estarem propícias as descobertas e serem curiosas por natureza. A Educação bilíngue se faz na perspectiva da Educação Inclusiva na rede Municipal do Rio de Janeiro.
Demonstrar atitudes de cuidado e solidariedade na integração com crianças e adultos.
Demonstrar empatia pelos outros, percebendo que as pessoas têm diferentes sentimentos, necessidades e maneiras de pensar e agir.
Ampliar as relações interpessoais, desenvolvendo atitudes de participação e cooperação.
Perceber que as pessoas têm características físicas diferentes, respeitando essas diferenças.
Iniciei o ano na turma maternal II EI-32 com um alfabeto diferente. Nesse ano decidi aplicar Libras na Educação Infantil através do alfabeto em libras na parede. O alfabeto foi impresso colorido e plastificado em folha A4. O material conta com as letras em português, em Libras, figuras de animais e a representação dos animais em Libras. Após trabalhar alguns dias as letras em língua portuguesa, implementei as letras em libras.
No primeiro momento as crianças ficaram acompanhando, depois ficaram observando, depois notou-se a curiosidade. Expliquei então para a turma mais uma vez que algumas pessoas não escutam e se comunicam através da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). A forma de comunicação é através de gestos e expressões faciais, quando nos comunicamos com essas pessoas estamos praticando a inclusão. No Brasil, a Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002 regulamenta a Língua Brasileira de Sinais – Libras como forma de comunicação e expressão.
Meu aluno Antonio que é TEA, aprendeu bem rápido as letras em libras e instigou as outras crianças a aprender mais. Conversando com a mãe do Antonio, ela observou que ele estava fazendo vários gestos e não sabia do que se tratava, depois lembrou que a turma estava aprendendo as letrinhas em libras. Algum tempo depois a mãe percebeu que o filho estava reproduzindo diversas letras em libras, o que foi recebido com muito carinho, e me indicava a direção certa a seguir. Com o passar do tempo, as crianças começaram a mostrar as letras das iniciais do nome de cada um para as professoras.
Em um processo de observação e curiosidade começaram a aprender as iniciais dos amigos e ficavam bem empolgadas demonstrando os sinais. Nesse processo sempre conversava com a turma, porque estávamos aprendendo Libras, pois algumas pessoas se comunicam dessa forma e quando nos abrimos ao conhecimento abre-se um mundo novo de descobertas e possibilidades. Em atividades remotas enviamos vídeos do alfabeto em libras, recebemos a devolutiva de algumas famílias através de vídeos e fotografias das crianças, o que foi muito gratificante para mim. Nesse contexto, a PNEEPEI sucita a garantia de formas institucionalizadas apoiando o uso e a difusão da Língua Brasileira de Sinais citando a Lei 10.436/02.
Aprendemos algumas palavras em libras como dia, noite, brinquedos, meninos meninas, alguns animais e também a música da baleia que a turma tanto gosta. No entanto, o alfabeto na Língua Brasileira de Sinais foi o que a turma amou, ver os olhinhos de alegria em compartilhar a inicial do nome era mágico. A LDB no capitulo V inciso 3 º reforça a oferta da Educação especial desde a Educação Infantil. Confesso que fiquei bastante surpresa com a curiosidade da turma em um novo aprendizado, e não imaginava que era possível realizar essa atividade tão significativa na educação Infantil, em uma turma de maternal II. Enfim, esse Projeto em educação Inclusiva está de acordo com o Projeto Pedagógico do Edi Almir Leite Ribeiro.
BRASIL. Ministério de Educação e Cultura. LDB - Lei nº 9394/96, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: MEC, 1996.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: MEC/ SEED, 2008.
Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras e dá outras providências. Diário Oficial da União. Disponível em: . Acesso em: 06 dez. 2024.