Embasada no Projeto Político Pedagógico: “Brincando a educação é dez”, vivenciamos, junto às crianças, a Comunicação Aumentativa Alternativa (CAA), como prática inclusiva. Em roda de conversa, instigamos às crianças com as seguintes perguntas: Como podemos nos comunicar? Seria possível a comunicação por imagens?. Após a primeira pergunta fizemos uma lista com as falas das crianças. Elas disseram “com a boca”, “falando o que está na cabeça”, “dizendo o que quer”, “apontando com o dedo” etc. Depois da segunda pergunta, elas ficaram reticentes. Mostramos a imagem de algumas crianças no refeitório, no parquinho, no momento de descanso. Exibimos a imagem de banheiro, chuveiro, bebedouro. Em seguida, repetimos a segunda pergunta. Logo, elas responderam “sim”. Lançamos outra pergunta: Como a criança, que ainda não fala, poderia se comunicar? , podemos ajudar as crianças, que ainda não falam, com as imagens! Em outra etapa, em roda de conversa, dialogamos sobre a comunicação por imagem e como essa estratégia poderia ajudar a criança que ainda não fala. A partir dessa conversa, indagamos às crianças sobre as ações rotineiras da creche. Cada criança contou as ações que percebiam no cotidiano da creche. Logo, decidimos, juntos, fotografar as crianças nas ações (bebendo água, alimentando-se, brincando, indo ao parquinho, ao banheiro, na hora do sono, nas atividades pedagógicas e psicomotoras. Construímos placas com as fotos das crianças nas ações rotineiras. Colamos algumas na porta do refeitório, no banheiro. Preparamos um suporte na sala de referência para deixar as placas. A criança que quisesse expressar a vontade de ir ao banheiro, o momento de ir ao refeitório, a hora de pegar a mochila etc., poderia pegar uma placa sinalizadora da ação que fosse realizar. Em outra etapa, foram apresentados os pictogramas (imagens) universais do site arasaac.org. Assim, enriquecemos nosso vocabulário de ações com outras imagens (para sinalizar o momento da atividade pedagógica: pintura, desenho, recortar, momento do cuidado: organizar os pertences, pegar a mochila, escovar os dentes, tomar banho etc). Na etapa seguinte, conversamos com as crianças sobre a “Comunicação Aumentativa Alternativa”, conhecida também como CAA. Refletimos sobre a importância da comunicação e como essa estratégia poderia ajudar o nosso amiguinho com Transtorno do Espectro Autista (TEA), que ainda não fala. Desde então, ao iniciar uma prática ou uma ação, sinalizamos com a “plaquinha de imagem (CAA)”. Na hora do desenho, uma criança pega a plaquinha do desenho e sinaliza para a turma. Colocamos o pictograma na mesa, no momento da prática, principalmente, para a criança com TEA visualizar. A cada prática, a CAA é utilizada a fim de sinalizar o que será feito ou expressar o desejo da criança.
A partir dessa prática, as crianças começaram a usar as placas de comunicação para expressarem seus desejos e ações. Além de ajudarem a criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA) a se comunicar por meio dos pictogramas e das fotos. Em relação a criança com TEA ao visualizar as placas, em alguns momentos, falava o que estava vendo. Resolvemos criar algumas placas com a imagem da criança com TEA em suas ações cotidianas. Percebemos que essa estratégia estimulou a comunicação e a fala dessa criança.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
https://arasaac.org/
BERSH, R. Introdução à Tecnologia Assistiva. CEDI - Centro Especializado em Desenvolvimento Infantil, Porto Alegre/RS, 2017. Disponível em: https://www.assistiva.com.br/Introducao_Tecnologia_Assistiva.pdf