EDILENE BRUM DINIZ LIMA
Sou professora de Educação Física há 30 anos. Nesses, 20 anos na Educação Física na perspectiva inclusiva. Tenho especialização em Educação Especial pela UFRRJ, Aperfeiçoamento em atividade física inclusiva pela UFJF, Aperfeiçoamento em Gestão Inclusiva (UFJF), Aperfeiçoamento em Audiodescrição (UFJF), Dança em cadeira de rodas (UFJF), extensão em: audiodescrição, construção de material alternativo para pessoas com deficiência visual, Autismo, TDAH, Dupla e Tripla excepcionalidade, AH/SD, tecnologia assistiva, práticas inclusivas, práticas pedagógicas para aluno com baixa visão, Construção do PEI, Esportivamente, Audiodescrição na Escola. Tenho um capitulo de livro publicado, ganhei um prêmio na categoria Educação Inclusiva no bairro de Campo Grande. Participei de Trilha formativa da Seeduc e também da SME disseminando a prática da Educação Física para todos.
CARGO/FUNÇÃO DO AUTOR: PEF ANOS FINAIS / Professora de Educação Física
A prática de um esporte paralímpico dentro do ambiente regular de ensino, torna a experiência ainda mais abrangente. A prática se torna efetivamente para todos.
A bocha é uma atividade de fácil compreensão e conduz ao desenvolvimento de diversas habilidades motoras e sociais. Durante o jogo é ofertado aos participantes possibilidades diversas e novas conexões neurais são criadas, além de promover uma disruptura com os padrões já abordados dentro das atividades escolares.
A prática do paradesporto dentro de uma escola regular permite que todos os alunos experimentem uma nova sensação de pertencimento. Todos aprendem e jogam juntos, respeitando suas habilidades individuais.
O esporte exige muita concentração, controle dos músculos e alta precisão, o que só fortalece a valorização daqueles para quem o esporte originalmente foi criado, as pessoas com deficiência física, e que agora se expande no ambiente escolar.
Os alunos tiveram acesso às normas e regras do jogo oficial. Primeiramente tiveram contato com o material, tocar, lançar e iniciar o processo de desenvolvimento das habilidades que o jogo requer. Usaram o esquema de lance ao alvo, com um alvo pintado num tecido. Foram divididos em grupos de 6 componentes para que cada um tivesse a oportunidade de experimentar. Ao longo dessa etapa desenvolveram coordenação óculo manual, noção de espaço, habilidades sociais, estratégias.
As etapas obedeceram ao amadurecimento de cada uma delas, até o jogo oficial, com suas regras, estratégias e arbitragem.
Durante o processo, a turma construiu um kit bocha alternativo durante uma oficina, para que os alunos levassem uma vez por semana para casa, onde apresentaram o esporte às suas famílias, retornando com ele para a escola às segundas feiras. Todo o processo foi registrado em fotos e vídeos e disponibilizado nas redes sociais, de modo que outros profissionais o possam replicar.
Período de execução: Durante o ano letivo de 2024, culminando em um torneio interclasses em setembro, onde times foram previamente selecionados conforme jogos internos nas turmas assistidas usando o material alternativo e o kit oficial.
Materiais/ Recursos:
• Kit bocha
• Bexigas de aniversário (azul, vermelha e branca)
• Areia de obra
• Sacos plásticos pequenos
• Balança de precisão
• Alvo pintado no pano
• Fita adesiva
• Tecido de tnt
A oficina de construção do kit bocha teve a participação de uma turma de 3º ano do fundamental 1, em torno de 20 crianças entre 8 e 9 anos de idade. Colocamos mesas embaixo da sombra de uma árvore e distribuímos os materiais. Uns enchiam os saquinhos com areia, outros pesavam na balança até obter 280 gramas. Eu cortava a ponta das bexigas enquanto as crianças davam nó nos saquinhos. Depois eu envolvia esses saquinhos com as bexigas e as crianças selavam com fita adesiva. Fizemos diversos kits alternativos durante dois dias e as crianças assim puderam levar para casa e ensinar seus familiares e amigos.
O prática apresentada está intrinsecamente pareada ao Projeto Politico Pedagógico da nossa escola onde a comunidade escolar no tratamento dos temas “sustentabilidade”, “cidadania”, “equidade”, “relações étnicas-raciais” e “diversidade” com a devida relevância que são transformados em objetos de planejamento e potencial de aprendizagem e numa perspectiva inclusiva, onde a educação deve ser para todos, destacando a capacidade de todos em aprender de diferentes maneiras a partir de contextos distintos.
Alves, Rubem. Desfiz 75 anos. Papirus Editora, 2012.
Mantoan, Maria Teresa Eglér. "Uma escola de todos, para todos e com todos: o mote da inclusão." Educação 49 (2003): 127135.
Ruppel, Cristiane, Ana Flávia Hansel e Lucimare Ribeiro.
“Vygotsky e a defectologia: contribuições para a formação de
alunos com deficiência nos dias atuais.” Revista Diálogos e
Perspectivas em Educação Especial 8.1 (2021):