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Boas Práticas
Educação de Jovens e Adultos (EJA Rio)
Conceição Evaristo e a mulher preta de favela
Informações
Relato
Resultados Observados
UNIDADE DE ENSINO
EM Clotilde Guimarães - 4ª CRE
Avenida Postal 49 - Ramos
Unidade não vocacionada


AUTORES

JORGE CUSTODIO

Professor de geografia. Doutor em Sociologia e Direito (UFF).

CARGO/FUNÇÃO DO AUTOR: Professor I

Caroline Cardoso

Professora de Geografia.

CARGO/FUNÇÃO DO AUTOR: Professor I

Angelica Calbinho Ribeiro

Professora de Matemática.

CARGO/FUNÇÃO DO AUTOR: Professor I

ANOS/GRUPAMENTOS ENVOLVIDOS
EJA II - Bloco 1
EJA II - Bloco 2
OBJETIVO(S) DAS ORIENTAÇÕES CURRICULARES EJA RIO ALINHADO(S) COM A PRÁTICA
Discutimos a representatividade da mulher preta no cotidiano da favela, resgatando, a partir da montagem de colcha de retalhos com as recordações individuais, trajetórias femininas negras e, ao mesmo tempo, revelando-as com valores da memória coletiva, o que envolve ligações socioemocionais e legados culturais. Trata-se de retirá-las do esquecimento e, com respeito à ancestralidade, utilizá-las como referência de identidades fortes.
COMPONENTE CURRICULAR
EJA II - Bloco 1 - História/Geografia - Compreender a cidadania como um processo de ampla e irrestrita participação na sociedade, incluindo o exercício de seus direitos e deveres civis, sociais e políticos
EJA II - Bloco 1 - História/Geografia - Compreender como relações de poder e dominação são construídas socialmente, indicando um determinado modelo de desenvolvimento socioespacial.
EJA II - Bloco 1 - História/Geografia - Produzir textos sistematizando conhecimentos, resultados de pesquisas ou outras produções relacionadas a essas áreas do conhecimento, coletivas e individuais, com progressivo desenvolvimento da autonomia, inclusive em meio digital, ampliando possibilidades de produção e publicação dos textos
EJA II - Bloco 2 - História/Geografia - Compreender a cidadania como um processo de ampla e irrestrita participação na sociedade, incluindo o exercício de seus direitos e deveres civis, sociais e políticos
EJA II - Bloco 2 - História/Geografia - Produzir textos sistematizando conhecimentos, resultados de pesquisas ou outras produções relacionadas a essas áreas do conhecimento, coletivas e individuais, com progressivo desenvolvimento da autonomia, inclusive em meio digital, ampliando possibilidades de produção e publicação dos textos
PERÍODO DE REALIZAÇÃO
Abril/7/20 até atualmente
PÁGINA(S) DA PRÁTICA/PROJETO NA INTERNET

Considerando a dificuldade de compreender o valor da mulher negra nos relatos de alunos, apesar da existência de recordações socioafetivas, pois, basicamente, expressam apenas referências da branquitude, tornando a negritude invisível culturalmente em suas identidades, resolvemos proporcionar atividades para valorizá-las, a partir de práticas reflexivas ou lógicas discursivas para além dos estereótipos. Temos como apoio as ideias de escrevivências de Conceição Evaristo. Neste sentido, apresentamos novos repertórios socioemocionais que realcem a representatividade e o protagonismo negro na memória coletiva. Trata-se, sobretudo, de reconhecer as contribuições socioculturais da mulher preta para o aluno produzir escrevivências com recordações pessoais e coletivas.

Segundo o relato dos alunos, as recordações individuais de avós, mães, tias e madrinhas como mulheres negras fortes na luta pela sobrevivência da família e de culturas de matriz africanas têm muita relevância, mas, paradoxalmente, com suporte no racismo e no machismo, eles esquecem tais lembranças em termos de representatividade de resistência identitária. A mulher preta, assim, passa por uma desvalorização nas relações sociais e trajetórias pessoais.

Relatamos a vida de Conceição Evaristo para estimular a descrição da presença de mulheres negras na memória dos alunos. Realizamos rodas de conversa ao articular memórias de alunos com o conceito de escrevivência de Conceição Evaristo para ressaltar ligações socioemocionais e heranças culturais com mulheres negras, o que produz novas falas de dor e alegrias nas vidas pessoal e social.

Os professores apresentam contos do livro Olhos D’água, escrito por Conceição Evaristo, para debater com os alunos a força, a ternura e a vida de mulheres pretas, apesar do universo imposto pela pobreza, violência e racismo. Reunidos em uma mesma sala, alunos de diferentes turmas da educação de jovens e adultos da escola dão exemplos similares e reconhecem o que foi narrado nos contos como parte de vivências no cotidiano da favela.

O resultado das escrevivências está exposto no corredor da escola e, com referências individuais ou coletivas, a colcha de retalho tornou-se uma representação de valores da mulher e da cultura preta, uma marca de acolhimento de memórias e da vida. Trata-se de um registro da memória coletiva da negritude feminina tanto na vida cotidiana da favela como na vida familiar, mas, ao mesmo tempo, uma referência socioafetiva dos alunos que se reconhecem mais histórica e socialmente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOSI, E (2023) Memória e sociedade. São Paulo: Companhia das letras.

EVARISTO, C (2016) Olhos d'água. Rio de Janeiro: Pallas.

EVARISTO, C (2017) Ponciá Vicência. Rio de Janeiro. Pallas.

EVARISTO, C (2017) Becos da memória. Rio de Janeiro. Pallas.

NILHA, O (2021) Conceição. Campinas: Mostarda.

SOUZA, N S (2021) Tornar-se negro. Rio de Janeiro: Zahar.

Registros
IMAGENS
Alunos realizam leitura da biografia ilustrada de Conceição Evaristo.
Colcha de retalhos de escrevivências
Professores e alunos discutem as ideias e a biografia de Conceição Evaristo.
Relatos de memórias de mulheres pretas e o apoio socioafetivo
Debate sobre a força do exemplo da mulher preta e as desigualdades sociais
Redação de escrevivências (1)
Redação de escrevivências (2)
Redação de escrevivências (3)
Montagem da colcha de retalhos
Exposição da colcha de retalhos no corredor da escola.
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