OSVALDO DO CARMO DE OLIVEIRA
Professor graduado, com licenciatura plena em Educação Física, pela Escola de Educação Física e Desportos, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Especialização em Educação Física Escolar, pelo Instituto de Educação Física, da Universidade Federal Fluminense. Mestrando no Programa de Pós-graduação em Educação – Processos Formativos e Desigualdades Sociais. Integrante do Grupo de Pesquisas ELAC (Educação física escolar; experiências Lúdicas e Artísticas; Corporeidades.
CARGO/FUNÇÃO DO AUTOR: Professor I - Educação Física
Inicialmente as observações nos cotidianos escolares, ouvindo diferentes narrativas - tanto de estudantes, quanto dos demais integrantes que compõem a comunidade escolar - foram os pontos de partida para introduzir o tema deste trimestre em andamento.
Neste sentido foi realizado pesquisa para levantamento de materiais que dialogassem com a proposta em pauta e assim pudessem ser compartilhados com as turmas, estabelecendo e ampliando estes diálogos envolvendo também os/as estudantes.
O tema aborda as violências, as cicatrizes deixadas pelas mesmas e a compreensão de maneiras em que momentos lúdicos podem atuar para funcionar como possibilidade de cuidados com/para os corpos, através de brincadeiras, jogos e danças. Dessa maneira estão sendo realizadas rodas de conversas, mobilizadas por visualizações de pequenos vídeos para auxiliarem em reflexões e trocas de experiências, através de relatos espontâneos.
Estamos ainda, durante este período, vivenciando experiências com atividades de brincadeiras, jogos e danças, destacando estes como possibilidades a serem buscadas também fora do espaço escolar, criando momentos possíveis em que possamos dar atenção aos corpos de maneira lúdica.
As dinâmicas aqui narradas estão sendo desenvolvidas com turmas de EJA I, bloco II, e de EJA II, bloco II, nos turnos da manhã e da noite, nas aulas de terças e sextas, em que respectivamente essas turmas são atendidas.
Compreendendo que as atuais orientações curriculares existentes na modalidade de educação de jovens e adultos no município do Rio de Janeiro não restringem outras possibilidades, mas oferecem pistas que podem ser consideradas nos planejamentos, buscamos articular o presente trabalho com pontos presentes nestas orientações.
Parcialmente é possível realizar algumas ponderações de acordo com o que tem sido fruto de nossas trocas em aulas.
Temos tratado das violências domésticas, onde a estrutura hegemônica historicamente posiciona o homem como sujeito de poder sobre a mulher, limitando comportamentos, ditando normas e exercendo através de vários meios violências que deixam marcas em todo o núcleo familiar.
Nesses momentos os destaques ficam para as falas dos estudantes que se identificam como do gênero masculino e que têm pontuado a importância de acesso as informações e aos relatos de experiências nas rodas de conversas, no sentido de que possam formar uma conscientização crítica que possibilite questionar e romper com o hegemônico.
Nas interações onde os movimentos corporais são os pontos de destaques, também é possível observar, até este momento, que as dinâmicas lúdicas, ainda que temporariamente, funcionam como elementos de descontração que afetam os corpos.
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