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Ipanema cheia de bossa
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Publicado em 26/04/2013
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Ipanema - Praia PostalUm dos cartões postais do Rio de Janeiro, Ipanema é um bairro da Zona Sul carioca com estatísticas de primeiro mundo. Apesar de nelas estarem contabilizados os dados de duas comunidades carentes ali localizadas, Pavão e Pavãozinho, Ipanema tem a segunda maior renda per capita da cidade e tem Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,962, mais elevado que o da Noruega (0,955), país mais bem colocado no ranking da pesquisa da ONU, que busca medir o bem-estar e a qualidade de vida da população mundial.

Internacionalmente conhecido como território da bossa nova e das moças de corpo dourado, depois que Frank Sinatra gravou, em 1967, a música Garota de Ipanema, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, o bairro também ganhou fama nacional por ter sido Ipanema-Garotapalco da contracultura, da tropicália e da boemia intelectualizada.  Desde os anos 1950, Ipanema já era ponto de encontro de artistas, escritores e jornalistas que costumavam se reunir no Bar Jangadeiros, na Rua Teixeira de Melo. A turma inicial de boêmios era formada, entre outros, pelos escritores Rubem Braga, Fernando Sabino, Millôr Fernandes, Vinicius de Moraes e pelos atores Gláucio Gil, Tônia Carrero e Carlos Thiré.

A boemia ipanemense ganhou muitos novos adeptos nos anos subsequentes, expandindo a oferta de bares no bairro, como o Veloso (atual Garota de Ipanema), onde surgiu a inspiração para compor uma das mais cantadas músicas de todo o mundo. Também foi na mesa de um bar, o Zeppelin, que surgiu a ideia de criar um dos jornais mais críticos e corrosivos dos tempos da ditadura militar: O Pasquim, fundado em 1968 por Ziraldo, Jaguar, Millôr Fernandes e Paulo Francis. Nessa época, o bairro também começou a virar ícone das mudanças comportamentais e palco da chamada contracultura, que, segundo o historiador Gustavo Alonso, era uma “contestação à ‘caretice’ das sociedades capitalista e comunista, que haviam se mostrado capazes de reprimir as experiências libertárias mais interessantes”.

Em 1969, a socialite Beki Klabin, na época dona da cobertura mais cara da Avenida Vieira Souto, tornou-se a primeira figura da alta sociedade brasileira a desfilar em uma escola de samba (Portela). Dois anos depois, virou jurada do programa de TV do apresentador Chacrinha. Essas atitudes geraram reações por parte dos conservadores abastados, mas funcionaram como uma espécie de aval à aproximação das elites da Zona Sul com a cultura popular da Zona Norte.

Quem mais ainda deu o que falar foi Leila Diniz que, em 1971, exibiu sua barriga de oito meses de gravidez no mar de Ipanema. A exibição da cena em inúmeros jornais e revistas escandalizou as morais mais tradicionais do Rio e do país. Era a primeira vez que uma grávida expunha a barriga em uma praia. Até então, as mulheres a escondiam em um maiô com bata. Apesar da polêmica, o fato é que, desde o episódio, o antigo traje de banho das grávidas foi caindo em desuso. Aliás, criar modismos sempre foi uma marca registrada do bairro. Também foi em Ipanema que surgiu a tanga, o fio-dental e o costume de aplaudir o pôr do sol, entre outras modas.

O píer do desbunde

Ipanema - BandaA sintonização de Ipanema com os movimentos de contestação comportamental vem do início dos anos 1960. Vários integrantes da Banda de Ipanema, fundada em 1957, estavam conectados com o movimento hippie e começaram a vender produtos artesanais na Praça General Osório, dando origem à Feira Hippie, regulamentada em 1969, pelo então governador da Guanabara, Negrão de Lima.

No início dos anos 1970, outro palco contestatório surge em Ipanema. Para tornar possível a construção de um emissário submarino, foi montado, na altura da Rua Montenegro (atual Vinicius de Moraes), um píer e uma duna artificial, que a construtora isolou com uma cerca.  Essas obras Ipanema - Por do sol2mudaram a configuração da arrebentação do mar, que passou a criar, ali, em direção ao Arpoador, as melhores ondas. Isso levou os surfistas para lá. Não tardou muito para começar a se formar ali uma “coletividade” que, cada vez mais, se integrava ao movimento que, internacionalmente, ficou conhecido como contracultura e que as esquerdas brasileiras chamaram de “desbunde”. Uma das integrantes da "coletividade" era a cantora Gal Costa, nome o qual as pessoas passaram a identificar a duna artificial do local.

De acordo com o historiador Gustavo Alonso, a “onda” do píer foi mais que uma simples moda: “foi, na verdade, a síntese da incorporação do tropicalismo à sociedade brasileira”. De fato, no início da década de 1980, já sem píer, aquela mesma área da praia virou palco para o topless e o Arpoador para o Circo Voador que, posteriormente, foi transferido para a Lapa. Todas essas movimentações culturais produzidas em Ipanema, desde os anos 1950, transformaram o bairro em um dos locais mais “badalados” do país, o que acabou estimulando os empreendimentos imobiliários. Hoje, Ipanema tem o segundo metro quadrado mais caro do Brasil.

 

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