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Graciliano Ramos: a subjetividade do sertão
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Publicado por Larissa Altoé em 22/10/2019

Vidas Secas, um dos principais romances de Graciliano Ramos, é uma boa síntese do que caracteriza a obra do autor: ao mesmo tempo em que aborda problemas do sertão nordestino, seus personagens têm papel tão importante quanto o cenário no qual estão inseridos. Esse romance específico mostra o drama vivido por uma família de retirantes que foge dos flagelos da seca.

Em Infância e Memórias do Cárcere, Graciliano desenvolve um caráter confessional. Escrevendo sobre os pais, ele diz: "Um homem sério, de testa larga (...), dentes fortes, queixo rijo, fala tremenda (...) não economizava pancadas e repreensões. Éramos repreendidos e batidos; uma senhora enfezada, agressiva, ranzinza (...), olhos maus que em momentos de cólera se inflamavam com um brilho de loucura".

Memórias do Cárcere relembra o período de prisão, entre março de 1936 e janeiro de 1937. Graciliano foi detido em casa (trabalhava como diretor de Instrução Pública de Alagoas, cargo equivalente a Secretário Estadual de Educação atualmente) e ficou preso em Maceió, Recife e Rio de Janeiro. Não houve acusação formal, processo e sentença para a arbitrariedade praticada durante a instauração da ditadura do Estado Novo, de Getúlio Vargas. Alegavam estar agindo para “eliminar a ameaça comunista”. O Superior Tribunal Militar decidiu restituir-lhe a liberdade depois de 11 meses em diversas celas.

Graciliano Ramos também escreveu livros para crianças e adolescentes, como A Terra dos Meninos Pelados, Histórias de Alexandre, 7 histórias verdadeiras, Alexandre e Outros Heróis e O Estribo de Prata.

Biografia

Mestre Graça, como era carinhosamente chamado pelos amigos, nasceu em 27 de outubro de 1892, em Quebrangulo, sertão de Alagoas. Era filho primogênito entre 16 irmãos. Durante sua infância, a própria família teve que sair da fazenda que tinham comprado em Buíque, Pernambuco, devido à seca, para retornar ao estado de Alagoas, passando a residir em Viçosa. Nessa época, Graciliano foi estudar em um internato local. Em 1914, veio para o Rio de Janeiro trabalhar em jornais da cidade como revisor.

Quando se casou com Maria Augusta Amorim de Barros, retornou à Palmeira dos Índios, em Alagoas. Cinco anos depois, a esposa morreu de parto e deixou-lhe quatro filhos. Anália, irmã de Graciliano, o ajudou.

Em 1928, casou-se com Heloísa Medeiros (com quem teve três filhos) e foi eleito prefeito de Palmeira dos Índios. Renunciou após dois anos, mudando-se para Maceió, onde dirigiu a Imprensa Oficial. Nessa época, escreveu os romances Caetés e São Bernardo. Em 1936, publicou Angústia, considerado por muitos críticos como sendo sua obra mais complexa. Vidas Secas foi publicado em 1938 no Brasil e, a partir daí, traduzido para 12 línguas e impresso em diversas cidades do exterior.

Graciliano Ramos foi nomeado Inspetor Federal de Ensino Secundário do Rio de Janeiro e, em 1945, filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro. Faleceu na cidade do Rio de Janeiro em 20 de março de 1953, aos 60 anos. O Ciep Graciliano Ramos (4ª CRE), em Jardim América, recebeu seu nome em homenagem ao escritor alagoano.

Fontes: Enciclopédia Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras; Projeto Releituras, de Arnaldo Nogueira Jr.; e Fundação Joaquim Nabuco.

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