O sonho de uma aluna do 1º ano, Marina Bernardo, de ser jornalista e comandar um programa de TV, se juntou com o desejo da equipe diretora da E.M. Oswaldo Teixeira (5ª CRE) em desenvolver um projeto jornalístico. A proposta existia há cerca de quatro anos, desde que a escola, localizada em Quintino, deu início a um movimento de renovação de suas práticas pedagógicas.
Segundo a diretora da unidade escolar, Bruna Mannarino Serpa Neves, a ideia de desenvolver um jornal apoiava-se nos estudos dos gêneros textuais, no ensino da linguagem e nas discussões sobre letramento que se tornaram relevantes no século atual. Mas tudo estava apenas no campo da teoria. O que existia na escola, até então, era um jornal-mural, feito sem interação com os alunos, até que a vontade de Marina Bernardo transformou a teoria em prática.
Escola artesanal
Quando a ideia de desenvolver um jornal feito pelos estudantes começou a se desenhar na escola, anos atrás, pensava-se em um formato impresso clássico. Mas as práticas da escola acabaram transformando esse pensamento original.
É que, no decorrer dos últimos anos, a unidade passou a desenvolver projetos de curtas e animações e a construir sua memória por meio do registro dos eventos em vídeos e fotos. Fora isso, segundo a diretora, o projeto político-pedagógico (PPP) da E.M. Oswado Teixeira (EMOT), baseado no conceito de escola artesanal, se sustenta na ideia de que cada um precisa construir seu próprio “rosto” e identidade.
“A escola artesanal abandona a concepção de linha de montagem, em que todos precisam se adequar a um mesmo molde. O jornal audiovisual é condizente com nosso PPP e com a identidade que a EMOT vem construindo, e não exclui as possibilidades de ampliação do repertório de leitura e escrita, tendo em vista a necessidade de construção de pautas e roteiros”, explica Bruna Serpa Neves.
Jornal da EMOT
Um dos objetivos do Jornal EMOT é fazer a cobertura das práticas e ações da escola. Mas não só isso: estimular o protagonismo dos estudantes, colocar em pauta questões de âmbito social e cultural e noticiar as reivindicações dos alunos e professores também estão no rol de interesse.
Sob a orientação da equipe diretora da escola, a aluna Marina Bernardo pôs a mão na massa com grande entusiasmo. Afinal, ela sempre sonhou em apresentar um telejornal. E quem assiste ao resultado se surpreende com o carisma e a desenvoltura da menina no cumprimento do papel de comunicadora, como é possível conferir no vídeo abaixo:
Assim que o primeiro Jornal EMOT começou a ser veiculado nas redes sociais da escola, logo outros alunos mostraram-se interessados em participar do projeto - da Educação Infantil ao 9º ano. Para absorvê-los, a coordenadora pedagógica Mariane Sousa elaborou uma planilha com as atividades e funções pelo quais cada um é responsável:
Alguns têm que fazer a cobertura de áreas específicas, como as práticas esportivas da escola e o Clube de Leitura, por exemplo. Outros têm que gravar, ler e estudar o roteiro. Ou discutir, definir e elaborar as pautas. Tudo claro, sob a orientação da coordenação pedagógica.
O Jornal EMOT é uma das iniciativas selecionadas para integrar a primeira fase da Andar - Agência de Notícias dos Alunos da Rede.