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Os espaços da leitura e da escrita nas escolas cariocas
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Publicado em 22/09/2017
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Formação
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O secretário de Educação, César Benjamin, se pronunciou antes da palestra (Foto: Alberto Jacob Filho).

Muito aplaudida durante e após sua apresentação, a professora Cecilia Goulart, da Universidade Federal Fluminense (UFF), conquistou professores, coordenadores pedagógicos e diretores que acompanharam a palestra da manhã de sexta-feira (22), na V Semana de Alfabetização da Cidade do Rio de Janeiro, com sua fala “leve, apaixonada e apaixonante” – nas palavras do próprio público. O evento contou com a participação do secretário de Educação, César Benjamin, para quem a boa pedagogia combina o tradicionalismo dos conteúdos e o criticismo. “É preciso que se faça um esforço para escapar da polarização, da ideologização da pedagogia por grupos que não ouvem uns aos outros. No centro do debate não está nenhuma doutrina, mas o professor, a criança e suas interações.”

Em seguida, Cecilia Goulart, que coordena o grupo de pesquisa Linguagem, Cultura e Práticas Educativas, na UFF, e é professora aposentada da Rede Pública Municipal de Ensino, iniciou sua fala destacando a importância do trabalho do professor e de se ter o olhar sempre atento ao que as crianças dizem, até mesmo por desenhos. Cecilia também reforçou a necessidade de o uso social da leitura e da escrita fazer parte do programa para que as crianças saibam o porquê de aprender, visto que muitas não vivenciam isso em suas casas. “Para nós, ler e escrever é trivial, mas há crianças que nunca participaram desse tipo de atividade.”

A pesquisadora defendeu que o trabalho nos primeiros anos de Ensino Fundamental seja feito de forma integrada, sem que se separe por disciplinas. Segundo ela, há e é preciso que exista um método de ensino, mas não apenas um mesmo caminho para todos. “Vamos descobrindo aos poucos. Nas conversas com os alunos surgem temas, projetos, atividades em grupo de acordo com os interesses da turma, por exemplo.”

Cecilia apresentou e analisou exemplos de textos escritos por alunos em período de alfabetização, ressaltando que as crianças buscam regularidade e possuem uma inteligência ativa para dar conta do mundo. “Estamos lidando com um conjunto de demonstrações de que as crianças estão pensando. Cabe ao professor anotar as questões mais proeminentes, as que estão causando mais dificuldades, para fazer intervenções. E, cada vez que formos preparar um material, conteúdo ou atividade, é preciso pensar e falar o porquê daquilo”, comentou.

Na visão da docente, uma escola preocupada com resultados não nega os processos de aprendizagem, as histórias, as experiências e a inteligência dos sujeitos.

“Não devemos temer assumir o nosso papel de ensinar, de propor questões, revisões, reescritas, de discutir limites e possibilidades. Não devemos também temer as escritas estranhas que muitas vezes as crianças produzem; ou interpretações e leituras bizarras que, às vezes, propõem. É importante olharmos para as crianças como leitoras e produtoras de textos, não só em linguagem verbal, oral e escrita, mas em outras formas de expressão, como a pintura, visitando as obras de grandes pintores, a escultura, o cinema, o teatro, a música, a dança, entre outras.”

A pesquisadora finalizou a apresentação com uma reflexão. “Precisamos desaprender o conforto das certezas para nos abrirmos para as novas perguntas que nossos alunos nos fazem e nos trazem, muitas vezes sem perceber. Sejam felizes. Sejam, sobretudo, professores felizes, não tenham medo de ousar, de voar. As crianças e os jovens precisam de bons modelos. Reflitam sobre o modelo de pessoas, de profissionais, que vocês são para eles.”

Para Cecilia Goulart, é preciso discutir uma forma de avaliação que não interfira no trabalho do professor (Foto: Alberto Jacob Filho).

Quando a organização do evento abriu espaço para perguntas, Cecilia Goulart foi questionada sobre o confronto entre o trabalho realizado em sala de aula pelos professores e as provas aplicadas no Ensino Fundamental. “Cada vez mais, precisa haver um empobrecimento do conteúdo, do trabalho realizado em sala de aula, a partir da realidade das crianças, para se montar uma questão de prova. O ideal seria que, especialmente nos primeiros anos do Ensino Fundamental, não houvesse provas. O professor deveria ter autonomia para avaliar, fazer seu trabalho. Por que é preciso esse controle? Não interferem, por exemplo, no trabalho de um médico ou de um engenheiro. Temos que discutir uma forma de avaliação, não podemos aceitar isso. Também há um sentido simbólico para a criança – o acertar e errar afeta a sensibilidade e a aprendizagem”, comentou, ao que foi aclamada pelo auditório da Escola de Formação do Professor Carioca – Paulo Freire.

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