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Palácio da Conceição guarda acervo histórico
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Publicado em 12/06/2017
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Conteúdo Geral
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Artigo
Vista interior do museu (Fonte: Site do Museu Cartográfico)

O Museu Cartográfico do Serviço Geográfico do Exército preserva a memória da cartografia no Brasil. Criado há 40 anos, ele expõe à visitação pública não apenas mapas, mas bússolas, lunetas, equipamentos de topografia e fotos de missões cartográficas, além de imagens aéreas nas quais se pode acompanhar a evolução da ocupação do município do Rio de Janeiro. No mesmo endereço funciona o Centro de Operações Cartográficas da 5ª Divisão de Levantamento do Exército Brasileiro, responsável pela produção de documentos cartográficos na Região Sudeste. Mas a história do Palácio da Conceição, onde estão alojados, começou bem antes, ainda na primeira metade do século XVII, amparada mais na fé do que na tecnologia.

Localização estratégica

A construção remonta ao século XVII (Fonte: Site do Museu Cartográfico)

O Palácio da Conceição fica no alto do Morro da Conceição, que esteve ocupado desde os primórdios da fundação da cidade, em um trecho do centro do qual se tem uma vista privilegiada da Baía da Guanabara, entre a Praça Mauá e a Zona Portuária, no bairro da Saúde. Em 1634, uma ermida dedicada a Nossa Senhora da Conceição foi construída por um devoto da santa no local onde, hoje, está o palácio. Quando Miguel Carvalho de Souza faleceu, em 1655, a viúva Maria Dantas fez a doação da capela e da chácara ao redor à Ordem do Carmo, sob a condição de que ali fosse aberto um convento.

Passados quatro anos sem qualquer movimentação, o prelado autorizou, então, que um grupo de capuchinhos franceses construísse um abrigo para doentes mentais, concluído em 1669. Tensões políticas entre Portugal e França, no entanto, causaram a expulsão desses religiosos do Brasil em 1701, quando o prédio passou para o Cabido da Câmara. No ano seguinte, Dom Francisco de São Jerônimo, o novo regente da Sé, escolheu o lugar para moradia, e, depois de obras de ampliação, inaugurou o Palácio Episcopal.

Com paredes feitas de pedra e cal e acabamento em cantaria, o palácio tem dois pavimentos. Desde o século XVIII, já passou por diversas reformas, apresentando, hoje, o estilo neoclássico. Em 1905, quando um total de 12 bispos já havia habitado ali, a residência oficial foi transferida para o Palácio Arquiepiscopal São Joaquim, situado no bairro da Glória. Desocupado até 1923, o prédio foi comprado pelo Ministério da Guerra, que era proprietário da Fortaleza da Conceição, logo ao lado, e passou a sediar o Serviço Geográfico do Exército.

Defesa do território nacional

O nome do morro é uma homenagem a Nossa Senhora da Conceição (Fonte: Site do Museu Cartográfico)

Depois das tentativas malogradas no século XVI, que levaram à fundação do Rio de Janeiro, em 1565, corsários franceses voltaram a invadir a cidade em 1711. Preventivamente, uma fortificação com projeto do Brigadeiro Massé foi erguida nos fundos do Palácio Episcopal entre 1715 e 1718, e batizada de Fortaleza da Conceição por estar no morro de mesmo nome. Ela é protegida por uma muralha bem alta e de grande espessura, guardada por guaritas nas extremidades. Por ironia do destino, a fortaleza jamais serviu para o fim a que se destinava. Não ocorreu mais nenhuma investida estrangeira e, com o tempo, o aparato bélico foi sendo desarmado, para impedir que estrondos de canhão tirassem o sossego das autoridades eclesiásticas que tinham chegado primeiro na vizinhança. No entanto, a construção chegou a ser utilizada como fábrica de armas, prisão política e quartel. Na área externa da fortaleza fica a Casa das Armas, construída em forma de capela para despistar quem espionasse, e também uma masmorra, onde o poeta Tomás Antônio Gonzaga esteve preso antes de ser degredado para Moçambique, como pena por ter participado da Inconfidência Mineira.

Apenas no século XX, por volta de 1917, se iniciaram na fortaleza os primeiros projetos cartográficos de interesse nacional. Um grupo de técnicos austríacos, especializado em aerofotogrametria, foi convidado para dar consultoria nos trabalhos da chamada Missão Austríaca. Devido ao crescimento espontâneo do departamento, a Diretoria de Serviço Geográfico do Exército decidiu adquirir e reformar o Palácio Episcopal, que passou a integrar as instalações do complexo. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) tombou o palácio e a fortaleza no ano de 1938.

 

Serviço:

Palácio da Conceição

Rua Major Daemon, 81 – Morro da Conceição

Telefone: (021) 3400-5265

Visitação gratuita sob agendamento por telefone ou no local.

De segunda a quinta-feira, das 9h ao meio-dia e das 13h às 16h.

Sexta-feira, das 9h ao meio-dia.

 

Fontes:

Site do Museu Cartográfico do Serviço Geográfico do Exército

Portal do Iphan

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