Bancários
O nome se refere ao conjunto habitacional construído pelo extinto Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários (IAPB), nas décadas de 1940 e 1950. Na segunda metade do século XX, o Barão de Capanema, que implantou o serviço de telégrafo no país, era o mais ilustre morador do bairro. Ele vivia numa chácara situada entre a Freguesia e a Praia de Olaria, em frente a um morro que foi batizado em sua homenagem: o Morro do Barão. Na década de 1960, se estabeleceu no local o Estaleiro Ilha S.A. (Eisa). A principal comunidade do bairro é o Parque Proletário dos Bancários.
Cacuia
Em língua indígena, a palavra significa Morro da Cuia. No século XIX, existiu na região a Fazenda São Sebastião, que explorava a cal feita de conchas de mariscos e a extração de saibro. Em 1871, a propriedade foi vendida à Marinha Brasileira, que instalou no local um depósito de munições e uma escola de aprendizes. Quando ocorreu a Revolta da Armada (1893), durante o mandato do presidente Floriano Peixoto, foi ali que se concentraram os piores confrontos contra os rebelados.
Devido à riqueza arqueológica representada pelos sambaquis, um decreto municipal de 1993 transformou o manguezal encontrado no bairro em Área de Proteção Ambiental e Recuperação Urbana – Aparu do Jequiá. Dentro da reserva fica a colônia de pescadores Almirante Gomes Pereira, conhecida como Z-10, em local cedido pela Marinha aos moradores já em 1920. No bairro fica, também, o Cemitério da Cacuia, que tem 110 anos de funcionamento. O Grêmio Recreativo Escola de Samba União da Ilha do Governador, responsável por um dos mais alegres carnavais do Rio, surgiu no bairro, em 1953.
Cidade Universitária
A Cidade Universitária se originou da união de sete ilhas, devidamente aterradas, ao redor da Ilha do Fundão, que era a maior delas. Ali se instalou o principal campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro, na década de 1950, que hoje concentra grandes polos de pesquisa, incubadoras de empresas e o maior centro de ensino e pesquisa em Engenharia na América Latina. A Comissão Nacional de Energia Nuclear, o Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobras, o Centro de Pesquisas da Eletrobras e o Centro de Tecnologia Mineral têm importantes laboratórios de pesquisa instalados na Cidade Universitária.
Cocotá
Para os indígenas, o termo significava “roça”. Também teve o nome de Praia da Olaria, dada a produção de artefatos de cerâmica na região. Mais tarde, foi aterrada para a construção da maior área de lazer da Ilha do Governador: o Parque Poeta Manuel Bandeira, inaugurado em 1978. Em Cocotá está preservada a Estação de Bondes Santa Cruz, de 1922.
Freguesia
Na área histórica, existia a Freguesia de Jorge de Sousa, conhecido como O Velho, que possuía um engenho onde construiu uma capela em homenagem a Nossa Senhora da Ajuda, de pé até hoje. Situada ao norte do bairro, uma imensa extensão verde pertence à Marinha. Existe, ainda, o Centro de Atendimento Psicossocial Ernesto Nazareth, que teve crucial importância na erradicação da febre amarela do Rio de Janeiro, no início do século XX.
A Praia da Guanabara é um ponto importante de lazer da comunidade e tem vista privilegiada para a baía e para a Serra dos Órgãos, onde se destaca o Dedo de Deus. No fim da praia, há uma estátua no formato de um felino, colocada na Pedra da Onça em 1920. Conta a lenda que um gato-do-mato, semelhante a uma onça e chamado pelos temiminós de maracajá, teria morrido no local, depois de esperar, em vão, o retorno de sua dona, que teria se afogado.
Galeão
O nome tem origem no Galeão do Padre Eterno, embarcação construída em 1665 e considerada, após a travessia até Lisboa, a maior do mundo. Era nessa região que ficava a próspera fazenda dos monges beneditinos. Na Ponta do Galeão, muitos anos mais tarde, entrou em funcionamento a pioneira Fábrica Nacional de Aviões, que produziu em série o primeiro modelo brasileiro – o Muniz 5. Outras indústrias aeronáuticas chegaram a fabricar aeronaves civis e militares, em parceria com empresas estrangeiras, como a Fokker, da Holanda, e a Wulf, da Alemanha. Do Galeão, saíram os primeiros Correios Aéreos Navais, em 1935.
Durante a Segunda Guerra Mundial, a região se tornou uma movimentada base da Força Aérea Brasileira, servindo de campo de pouso para a rota internacional de aviões. Em 1949, depois de quase 30 anos de instalação da aviação naval na localidade, o ministro Salgado Filho expandiu a Base do Galeão, projetando a ponte que liga a Ilha do Governador à Avenida Brasil. O uso residencial do bairro se restringe às vilas dos militares, que também mantêm uma reserva florestal. Na orla, conhecida como Tubiacanga, existe uma colônia de pescadores e diversos restaurantes de frutos do mar.
Jardim Carioca
Em 1929, foi implantado o projeto de arruamento e de loteamento do bairro, em uma área que pertencia à Companhia Geral de Habitações e Terrenos. Um dos grandes pontos de encontro, na época, era a Praça Manguetá, onde ficava um coreto construído em 1936, que reunia multidões no carnaval. O primeiro shopping center da Ilha do Governador fica no Jardim Carioca: é o Ilha Plaza Shopping, inaugurado em 1992. No trecho entre a Estrada do Galeão e a Estrada do Dendê, existem três morros: Fundo da Grota, do Dendê e do Guarabu.
Jardim Guanabara
Em 1903, a Companhia Lavoura e Colonização, de São Paulo, mais tarde renomeada como Empresa Cerâmica Santa Cruz, adquiriu do coronel Elias Antônio de Moraes a antiga Fazenda da Conceição. A empresa se tornou a maior fornecedora de tijolos para as obras de Rodrigues Alves, presidente da República entre 1902 e 1906. O primeiro projeto de urbanização do Jardim Guanabara se deu com a Companhia Imobiliária Santa Cruz. Em 1936, foi inaugurado o bairro nobre, de ruas sinuosas e construções de alto padrão.
Moneró
As terras pertenciam ao fazendeiro italiano Francisco Moneró. O bairro surgiu como loteamento Jardim Ipiranga, em 1955, mas os moradores só se referiam ao lugar como Moneró, o que fez prevalecer esse nome na oficialização do bairro, em julho de 1981. No Natal de 1976, a prefeitura inaugurou lá a Praça Papai Noel, com jardins, mesas para jogos e brinquedos. Nos anos 1980, foi criado um corredor esportivo ao longo da Avenida do Magistério, na Praia do Dendê, com quiosques, quadras polivalentes e calçadão para caminhadas e para a prática do ciclismo. Duas décadas mais tarde, o espaço ganhou pistas de skate, anfiteatro, bicicletário e aparelhos de ginástica. Na Praia da Rosa, onde está situado o Governador Iate Clube, que desde 1958 se dedica aos esportes náuticos e ao futebol, há trechos remanescentes de manguezal.
Pitangueiras
O nome do bairro deriva de língua indígena e significa “afogado”, não tendo qualquer relação com a árvore frutífera, inexistente na região. Em 1920, houve a construção de um pequeno forte na Ponta do Tiro, onde foram colocados um canhão e o mastro de uma bandeira. Os primeiros loteamentos datam da década de 1940.
Portuguesa
Em 1961, a Companhia Imobiliária Santa Cruz construiu, ali, o Jockey Clube Guanabara. Mas a restrição do presidente Jânio Quadros às corridas de cavalos levou o empreendimento a fracassar. O espaço, então, foi aproveitado pela Associação Atlética Portuguesa, que criou o Estádio de Futebol Luso-Brasileiro, inaugurado em outubro de 1965. Em 2005, uma parceria entre a Petrobras, o Botafogo e o Flamengo ampliou as instalações, cuja capacidade passou para um público de 30 mil torcedores, e o estádio foi rebatizado de Arena Petrobras.
Praia da Bandeira
A região era conhecida como Praia da Tapera. O loteamento da Companhia Territorial da Ilha do Governador começou em 1931. Nos anos 1950, a Indústria de Água Mineral Fontana, instalada há uma década na área, inaugurou a única estação de águas da cidade, batizada de Parque Fontana. O nome do bairro tem origem na bandeira hasteada no forte da Ponta do Tiro.
Ribeira
A Fazenda da Ribeira, do século XIX, deu nome ao bairro. Foi ali que, em 1914, se instalaram a Shell e a Esso. Nos anos 1920, a Companhia de Melhoramentos da Ilha do Governador colocou em circulação o bonde elétrico, com linha entre a Ribeira e o Cocotá, o que permitiu a integração com o transporte marítimo na ponte de atracação de barcas, na Ribeira.
Tauá
A palavra indígena significa “barro vermelho”. A urbanização começou a partir da década de 1930. A Igreja de Santo Antônio, de 1939, passou por uma reforma em 2001. Na localidade está situado o Morro do Dendê, que ganhou o nome porque os migrantes nordestinos, na ocupação da região, nos anos 1940, encontraram no local uma plantação desse tipo de coqueiro.
Zumbi
Na tradução do termo indígena para a língua portuguesa, significa “os quadris femininos”. O nome foi dado devido ao formato sinuoso da praia. É um dos bairros mais antigos da Ilha do Governador. Registros históricos indicam que, entre 1872 e 1877, já existia uma pequena companhia de teatro particular na localidade. Em 1900 começou, ali, a ser publicado o primeiro jornal de bairro, chamado O Suburbano. Além do Parque Almirante Sousa e Melo, o Zumbi conta, também, com outras opções de lazer, como o Jequiá Iate Clube, de 1919 – o clube já teve um time de futebol, que na época se chamava Jequiá Football Club, com o qual disputou o Campeonato Carioca de 1936.