
De acordo com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, a região abriga quatro diferentes unidades de conservação, situadas junto ao Parque Estadual da Pedra Branca: a APA de Grumari (Lei Municipal nº 944, de 30 de dezembro de 1986), o Parque Natural Municipal de Grumari (Decreto Municipal nº 20.149, de 2 de julho de 2001), o Parque Natural Municipal da Prainha (Decreto Municipal nº 17.445, de 25 de março de 1999) e a APA da Prainha (Lei Municipal nº 1.534, de 11 de janeiro de 1990).
O Parque Natural Municipal de Grumari, aberto de terça-feira a domingo, das 8h às 18h, representa uma amostra remanescente de como era, em sua forma original, a quase extinta Mata Atlântica. Constitui um verdadeiro anfiteatro natural, no qual vivem espécies endêmicas, como a ameaçada lagartixa-da-praia.
Na sede do parque, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente mantém um viveiro para a produção de mudas de espécies de restinga em risco de extinção, como parte do projeto Mutirão de Reflorestamento. As normas de conduta para visitantes são rigorosas, como a proibição absoluta de acender fogo para lazer ou alimentação, acender ou fumar cigarros, capturar ou colher qualquer espécie viva, transitar com animais domésticos ou ouvir música em alto volume, entre outras.
“A visitação do PNM de Grumari é bastante intensa, principalmente nos fins de semana e feriados, sobretudo no verão. Os visitantes buscam o lazer contemplativo em suas praias, bem como a prática de esportes, como o trekking, nas trilhas do parque. O público é, em sua maioria, formado por cariocas, mas a frequência de turistas brasileiros vindos de outros estados ou estrangeiros também é expressiva”, explica Alexandre Chagas, biólogo da Gerência de Gestão de Unidades de Conservação da SMAC.
No caso da Prainha, o nome faz jus à localidade, já que esta praia tem apenas 700 metros de extensão. A Prainha é delimitada pelo Morro do Caeté, pelo Morro Boa Vista e pela Pedra dos Cabritos. Em 1990, seus 166 hectares foram transformados em Área de Proteção Ambiental. Desde então, várias iniciativas de cunho ambientalista têm sido implementadas para preservar o local, como a tentativa de limitar a quantidade de carros em circulação no fim de semana – a entrada é fechada quando acabam as vagas nos estacionamentos.
Na Prainha existem espécies em risco de extinção, como o gato-do-mato e papagaios. Em 1999, para impedir a construção de um condomínio hoteleiro-residencial na região, foi criado no trecho um centro de lazer: 500 mil metros quadrados foram transformados no Parque Natural Municipal da Prainha. A família Drault Ernany, antiga dona do terreno, fez uma permuta com a Prefeitura do Rio, cedendo o espaço para a construção do parque, em troca da posse de outras áreas da cidade.
O parque funciona de terça-feira a domingo, das 8h às 17h, com entrada gratuita. Ali se encontra o Museu do Surfe e várias trilhas ecológicas, além de mirantes, playground, banheiros públicos, duchas para banhistas e a sede do parque, onde ficam guardas do Grupamento de Defesa Ambiental que patrulham a área. Extraoficialmente, a vigilância está a cargo dos surfistas, defensores perpétuos da região.
A Prainha recebeu, no dia 1º de dezembro de 2012, uma certificação internacional de praias e marinas que atesta a qualidade acima da média da balneabilidade o ano inteiro: a Bandeira Azul. A FEE (Foundation for Environmental Education, ou Fundação para Educação Ambiental), que representa o projeto Blue Flag, envia representantes à praia que concorre ao título e fiscaliza 32 critérios estabelecidos por um comitê internacional, como a existência da coleta seletiva de lixo e a promoção de oficinas de educação ambiental. Ao longo do processo, 20 testes de qualidade da água são solicitados durante um ano e todos devem indicar condições próprias para banho. O principal requisito para a candidatura é estar há quatro anos com boas condições de balneabilidade. Antes da Prainha, apenas a Praia do Tombo, no Guarujá, em SP, tinha recebido a certificação. A próxima na fila de espera é a Praia de Grumari. Que as boas correntes marítimas a favoreçam!