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O primeiro teatro do subúrbio e a morte da estrela
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Publicado em 03/04/2013
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Teatro de_Madureira_1Foi em 1952 que o subúrbio do Rio de Janeiro ganhou seu primeiro teatro. Ele tinha 450 lugares, 12 camarins e vários camarotes. Era o Teatro Madureira, situado à Rua Carolina Machado, 386, em frente à estação de trem do bairro. Fundado em 30 de abril pela atriz de revista Zaquia Jorge, o empreendimento teve, inicialmente, dificuldade para atrair o público, mas não tardou muito para se tornar um dos teatros mais frequentados da cidade, com uma plateia cheia de gente vinda de vários bairros.

Antes de fundar o teatro, a “Vedete do Subúrbio”, como ficou conhecida, já havia feito revistas com Dercy Gonçalves, Oscarito, Renata Fronzi, Iara Sales, Grande Otelo e muitas outras estrelas daqueles tempos. Em seu teatro, as peças eram encenadas por ela e por atores de sua companhia, a Zaquia Jorge, embora também contasse, eventualmente, com participações especiais de artistas convidados, como Aracy Cortes, a “Dama da Voz e dos Palcos”, na montagem de Chegou o Guloso. No Teatro Madureira, ela também mantinha uma escola, onde eram ensinados canto, representação e coreografia.

Teatro de_Madureira_2A “Estrela de Madureira”, outro codinome com o qual Zaquia ficou conhecida, faleceu tragicamente. Morreu afogada, em 22 de abril de 1957, aos 33 anos de idade, na então deserta praia da Barra da Tijuca, onde tomava banho, “ao natural” junto com outras atrizes de sua companhia, segundo as histórias contadas. Foi velada no Teatro Madureira, com a plateia lotada, como se fosse um dia de récita. Filas se formaram para subir ao palco e dar o último adeus à atriz.

Em sua homenagem foi composta a música Madureira Chorou, um samba de imenso sucesso no carnaval de 1958 e nas décadas subsequentes, composto por Carvalhinho e Júlio Monteiro (companheiro de Zaquia). Em 1975, a escola de samba do bairro, o Império Serrano, desfilou com o samba-enredo Zaquia Jorge, Vedete do Subúrbio, Estrela de Madureira.

Madureira Chorou (samba, 1958)
Carvalhinho e Júlio Monteiro

Madureira chorou,
Madureira chorou de dor,
Quando a voz do destino,
Obedecendo ao divino,
A sua estrela chamou.
Gente modesta,
Gente boa do subúrbio,
Que só comete distúrbio,
Se alguém os menosprezar,
Aquela gente,
Que mora na Zona Norte,
Até hoje, chora a morte,
Da estrela do lugar.

 

Créditos das fotografias

Foto 1 - plateia no Teatro Madureira, em junho de 1959.
Autor: Oswaldo Matos / Última Hora.
Fonte: Arquivo Público da Cidade de São Paulo.

Foto 2 - apresentação no Teatro Madureira, em junho de 1959.
Autor: Oswaldo Matos / Última Hora.
Fonte: Arquivo Público da Cidade de São Paulo.

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