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Cultura popular e polo comercial em Madureira
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Publicado em 03/04/2013
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Rua em_Madureira_1Cantado em verso e prosa por inúmeras músicas inesquecíveis que integram o imaginário da cultura carioca, Madureira é, além de um dos maiores berços do samba do Rio de Janeiro, o maior polo comercial da Zona Norte e segundo da cidade. Moram no bairro pouco mais de 50 mil habitantes, mas, em função da força de seu comércio e da amplitude de suas linhas de transporte, sua população flutuante é muito maior do que isso, segundo dizem os comerciantes locais.

Fazendo limites com os bairros de Cascadura, Oswaldo Cruz, Vaz Lobo, Turiaçu, Campinho, Cavalcanti e Engenheiro Leal, o adensamento populacional de Madureira começou em meados do século XIX, quando a Estrada de Ferro Dom Pedro II (atual Central do Brasil) inaugurou a estação de Cascadura, no ano de 1858. As características de bairro, contudo, só começaram a ser mais fortemente delineadas a partir de 1896, com a chegada da estação de Madureira, assim batizada em homenagem ao boiadeiro Lourenço Madureira, antigo proprietário das terras da região – a Fazenda Campinho, da qual era, inicialmente, arrendatário e cuja posse conquistou após longa disputa judicial. Foi do desenvolvimento de sua fazenda que foram plantadas as sementes de ocupação do lugar.

A vocação comercial de Madureira se confunde com a própria história do bairro. Desde os primórdios de seu desenvolvimento, uma grande quitanda de hortifrutigranjeiros atraía moradores de toda a região. Em 1914, o então presidente da República, marechal Hermes da Fonseca, inaugurou uma estrutura física para o mercado, que se fortaleceu como ponto de venda de produtos agropecuários. Mudou de endereço algumas vezes, até que, em 1959, o governo de Juscelino Kubitschek transferiu-o para a Avenida Ministro Edgar Romero, onde está até hoje. O Mercadão, no entanto, começou a tomar novas feições a partir de 1977, com a abertura da Ceasa. A concorrência da nova central de abastecimento acabou por motivar a diversificação dos produtos ali vendidos.

Berço da cultura popular

Jogo Madureira_x_Vasco_2Madureira, porém, nunca respirou apenas comércio. Sua história também é marcada pela força da cultura popular e negra. Ainda na década de 1910, o bairro já abrigava alguns blocos de carnaval “de família” e de arruaça – estes últimos formados apenas por homens, como nos velhos tempos dos entrudos. Foi também nessa época que surgiu o primeiro clube de futebol do bairro: o Fidalgo Futebol Clube, fundado em 1914, e que mais tarde, em 1933, por iniciativa dos comerciantes do bairro, se fundiu com o Magno Futebol Clube para formar o Madureira Atlético Clube (atual Madureira Esporte Clube).

Na década seguinte, nos anos 1920, o bairro também já tinha sua escola de samba: a Prazer da Serrinha, fundada e presidida pelo mineiro Alfredo Costa, que, mais tarde, se tornaria sogro de Dona Ivone Lara. Um racha entre seus componentes e a presidência acabou dando origem ao atual Império Serrano, em 1947. Também em 1947 começou a funcionar, no bairro, a Escola Normal Carmela Dutra, que, na década seguinte, ficou conhecida por seu coral, o Orfeão Villa-Lobos, e sua banda de música, a Frederico Trotta.

Também foi na década de 1920 que o jongo chegou à Serrinha: “O processo migratório ocorrido nas primeiras décadas do século XX trouxe para o Rio de Janeiro populações originárias de áreas rurais onde se praticava o jongo”, relata Pedro Simonard, em sua tese de doutorado A Construção da Tradição do Jongo da Serrinha. Entre esses imigrantes estavam algumas famílias que ocuparam o morro nos anos 20.

Como resultado de toda essa tradição cultural, Madureira é, hoje, o bairro mais musical e agitado da cidade. Já inspirou sambas famosos, como Madureira, de Arlindo Cruz; Madureira Chorou, de Carvalhinho e Júlio Monteiro; Alô, Madureira, de João Nogueira; e São José de Madureira, de Zeca Pagodinho, entre outros. Saiba mais sobre o bairro, clicando nos links abaixo.

 

Créditos das fotografias:

Foto 1 - rua em Madureira.
Reprodução do Acervo fotográfico da Biblioteca Central do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Foto 2 - time do Madureira, em outubro de 1959.
Autor: Álvaro / Última Hora.
Fonte: Arquivo Público da Cidade de São Paulo.

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