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Boas Práticas
Práticas Extracurriculares
O samba que conta histórias que a História não conta
Informações
Relato
Resultados Observados
UNIDADE DE ENSINO
EM Rio das Pedras - 7ª CRE
Estrada de Jacarepaguá 3335 Rio das Pedras - Jacarepaguá
Unidade não vocacionada


AUTOR(ES)
Carla M. Sales e Janayna Rocha da Silva

  • Carla Monteiro Sales concluiu bacharelado e licenciatura em Geografia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e mestrado em Produção Social do Espaço: Natureza, Política e Processos Formativos em Geografia pela mesma instituição. Atuou como professora substituta das disciplinas de Planejamento Urbano e Regional e Geografia da Indústria no Departamento de Geografia Humana do Instituto de Geografia (Igeog) da Uerj. Na pesquisa acadêmica, demonstra interesse pela Análise e Importância dos Mapas e Imagens para a Geografia, apoiando-se em teorias do campo da geografia cultural. Carla é professora de Geografia do Ensino Fundamental II na rede pública da Prefeitura do Rio;
  • Janayna Rocha da Silva concluiu mestrado em Estudos da Linguagem pela Universidade Federal Fluminense em 2019, especialização em Língua Portuguesa pelo Liceu Literário Português em 2017 e graduação em Letras: Português/Italiano pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 2010. Janayna tem experiência na área de Letras – com ênfase em Língua Portuguesa, com atuação preferencial nas seguintes áreas: Semiolinguística, Leitura, Interpretação Textual e Representações de Gênero – e integra os grupos de pesquisa Leitura, Fruição e Ensino (Leifen) e Grupo de Estudos e Pesquisa em Linguística Textual (Gepelt). Atualmente faz doutorado em Estudos da Linguagem na Universidade Federal Fluminense (UFF) e trabalha como professora de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental II na rede pública da Prefeitura do Rio.

CARGO/FUNÇÃO DO AUTOR
Professora de Geografia e Professora de Português
ANOS/GRUPAMENTOS ENVOLVIDOS
7º ano
OBJETIVOS

  • Diversificar a metodologia de aprendizagem em sala de aula com o uso da música;
  • Estimular a interdisciplinaridade entre Português, Geografia e Artes;
  • Promover o debate de temas atuais da sociedade relacionados aos conteúdos lecionados;
  • Auxiliar a atividade de interpretação textual da turma através de letras de composições musicais;
  • Contextualizar e atualizar temas como Origens dos povos e História da formação brasileira;
  • Compreender a releitura e adequação de temas e narrativas históricos;
  • Questionar os vieses da história enquanto narrativa que envolve relações de poder;
  • Estimular o respeito a opiniões e à autonomia dos alunos, através de suas escolhas para o trabalho.

PERÍODO DE REALIZAÇÃO
Janeiro/2022 até Novembro/2022
Eixo
Artístico

O conteúdo programático de Geografia do 7º ano do Ensino Fundamental II aborda um tema de grande importância, que tem gerado um debate esclarecedor país afora: a formação da população brasileira. O tema, por si só, constitui uma oportunidade única para que os alunos possam se reconhecer nessa história, identificando as diferentes características tanto físicas como culturais da nossa população, bem como sua origem.

Aliás, sobre essa temática, não é difícil encontrar materiais didáticos que falem da participação dos brancos europeus na formação da população brasileira, já que a documentação histórica disponível é bem farta. Por outro lado, materiais didáticos que não apenas citem, mas também exaltem a participação de negros de origem africana e indígenas na formação brasileira é mais recente e não tem tanta abundância e diversidade

E nesse universo de abundância e escassez o samba-enredo da Estação Primeira de Mangueira, Histórias para ninar gente grande (2019), mostrou-se um potencial recurso didático para enriquecer conteúdos já trabalhados nas aulas de Geografia que ressaltam personalidades e feitos históricos protagonizados pela população negra no Brasil, revelam a história complexa e conflituosa da miscigenação brasileira e propõem um questionamento sobre a historiografia oficial da formação do país.

Para trabalhar de forma consistente a leitura desse samba-enredo, fizemos um trabalho interdisciplinar com as aulas de Português e Geografia, discutirmos conceitos e habilidades associadas ao tema e seguimos com duas etapas:

  • Na primeira, organizamos a sala de aula em círculo, para que todos pudessem falar olhando para o interlocutor. Trouxemos para o meio da roda a releitura em forma de alegoria que a agremiação fez da bandeira brasileira no carnaval de 2019: em vez do verde-amarelo, as cores verde e rosa da escola; no lugar do lema “Ordem e Progresso”, o enunciado: “Índios, negros e pobres”. Cada aluno recebeu a transcrição da letra do samba de enredo para ser lida.
  • Em seguida, todos puderam ouvir o samba duas vezes, em duas versões. A primeira, a gravada por componentes da Estação Primeira e a segunda, a gravada pela cantora e compositora negra Marina Íris. Na atividade, os alunos destacaram os vocábulos cujo significado era desconhecido para eles. Após breve pesquisa, para sanar as dúvidas, fizemos uma leitura coletiva e uma breve explanação sobre o carnaval carioca, os desfiles das escolas de samba e o gênero samba-enredo.

Por fim, debatemos o conteúdo do samba. As falas e reflexões dos alunos sobre as periferias e a condição do negro e da mulher no Brasil foram muito produtivas. Ao voltar o olhar para as histórias que a História não conta, os alunos puderam lançar à luz às próprias histórias, na qualidade de protagonistas de fato de um Brasil que, na maioria das vezes, "não está no retrato" mas urge estar.

  • Os alunos puderam refletir sobre o gênero samba de enredo e assim ampliar seu conhecimento sobre o carnaval carioca;
  • Os conteúdos programáticos teóricos puderam ser experimentados ativa e prazerosamente por eles através da música como recurso didático;
  • As habilidades de Geografia e de Português puderem ser trabalhadas mutuamente de forma interdisciplinar, ampliando o conhecimento dos alunos;
  • A audição do samba de enredo proporcionou a ampliação do olhar dos alunos para temas como racismo, machismo e classismo;
  • A leitura que os alunos fizeram do samba foi tão significativa que culminou com a produção de ilustrações .

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