Boas PráticasDIONICE NASCIMENTO OLIVEIRA FREIRE
Sou uma mulher de origem das periferias da Zona Oeste do RJ, filha de baianos, geminiana raiz, professora apaixonada pela educação infantil e pesquisadora das relações étnico-raciais. Minha trajetória profissional e acadêmica sempre esteve na esteira da luta por uma educação plural, equânime e decolonial. Sou graduada em pedagogia pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ, meu trabalho de conclusão do curso foi uma pesquisa sobre a formação inicial de estudantes das licenciaturas da Universidade e a percepção da Lei 10639/2003. Ainda mantendo o vínculo com a academia, realizei duas Pós Graduação Lato Sensu em Relações Étnico-Raciais e Educação pelo CEFET/RJ e especialização em Docência do Ensino Básico no segmento Educação Infantil - Programa de Residência Docente pelo Colégio Pedro II. Sou mestre em Educação pela UFRRJ, atuando nas linhas de pesquisa sobre Educação Infantil, Relações Étnico-raciais e Formação de professores.
CARGO/FUNÇÃO DO AUTOR:PEI/ Professora Articuladora
PRISCILA FERREIRA DA COSTA DE MEDEIROS RIBEIRO
Sou professora da educação básica, atuante nos Municípios do Rio de Janeiro e Nilópolis, com licenciatura plena em história, pós graduada em educação infantil, Gestão educacional e relações Étnico-raciais. Atuo como gestora em um EDI localizado na zona oeste do RJ.
CARGO/FUNÇÃO DO AUTOR:PEF/ Diretora adjunta
O EDI Professora Maria Cecília Ferreira, carinhosamente chamado de EDI Ceci, trabalha a partir da pedagogia de projetos, partindo de observações atentas das vozes das crianças das doze turmas de educação infantil. Dessa maneira, cada turma possui seu projeto que dialoga com o PPP e PPA da Unidade Escolar. A equipe pedagógica busca inserir e valorizar as múltiplas culturas formadoras de nossa sociedade, lançando mão de uma história única como nos aponta Adichie (2019). Dessa forma, investimos em formação pedagógica para a superação de estereótipos e proporcionamos momentos de debate e reflexão para um trabalho com sustentação teórica-metodológica.
Ao longo do ano letivo, experienciamos as culturas africanas, afro-brasileiras e indígenas através de propostas lúdicas, onde trabalhamos com a literatura infantil afro referenciada e indígena, explorando imagens e narrativas bem como evidenciando seus autores e ilustradores. Trabalhamos com propostas voltadas para valorização da autoimagem das crianças negras, valorizando seus corpos, cores e as texturas de seus cabelos com apoio do espelho, do toque, do cuidado enquanto afeto, e utilizando desenhos com lápis coloridos em tons de pele abarcando as diversas paletas e tons de nossas crianças;
Experienciamos as culinárias afro-indígena, os sabores advindos dessa herança cultural, o conhecimento medicinal indígenas e quilombolas através de ervas presentes nas florestas brasileiras. As línguas e idiomas que também estão presentes em nosso mundo escrito e falado foram trabalhados através de diferentes gêneros textuais;
Vivenciar as danças e músicas das culturas dos diferentes povos identificando sons de tambores, atabaques e caxixis, por exemplo.
Ao longo do projeto visitamos aldeias indígenas e recebemos pessoas do movimento cultural negro e indígena para conhecer suas culturas e aproximá-las de nossas crianças; utilizamos mapas e fontes geográficas para trabalhar as localizações dos países do continente africano,e superar a ideia de que a África é apenas um lugar ou um continente monocultural. O uso desses recursos de base geográfica nos ajudou a perceber as demarcações de terras indígenas e quilombolas, etc.
Os saberes adquiridos ao longo do ano e as produções realizadas pelas crianças formaram uma exposição de fotos, atividades pedagógicas e celebração de conhecimentos e culturas, que culminaram na Expo Afro-indígena EDI Ceci.
ADICHIE, Chimamanda Ngozi. O perigo de uma história única. São Paulo: Companhia das Letras, 2019;
BRASIL. LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educacional. Lei 9394/96;
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara De Educação Básica . Diretrizes Curriculares Nacionais Para a Educação Infantil. Resolução CNE/CEB 5/2009.
Diário Oficial da União, Brasília, 18 de Dezembro de 2009;
BRASIL. Diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico raciais e para o ensino da História afro-brasileira e africana. Brasília/DF: SECAD/ME, 2004.
NOGUERA. Renato. Racismo uma questão de todos nós. Rio de Janeiro: Fundação Roberto Marinho, 2018.
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