Boas PráticasANDREZA BARBOSA MANHAES
Andreza Barbosa Manhães, formada em Pedagogia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, pós-graduada em Educação Infantil e Mestranda em Tecnologias emergentes da Educação.
Professora da Rede Municipal do Rio de Janeiro desde 2018, atualmente, atuando como Professora AEE, na 7ª CRE.
CARGO/FUNÇÃO DO AUTOR:Professor AEE
Esta prática aborda o uso de jogos didáticos no atendimento individualizado na sala de recursos, destacando sua importância para o desenvolvimento das habilidades para alunos público-alvo da Educação Especial. Os jogos, adaptados às necessidades individuais, tornam o aprendizado mais envolvente e significativo, ajudando no desenvolvimento cognitivo, motor e sensorial. É essencial avaliar as dificuldades e pontos fortes dos alunos, utilizando materiais pedagógicos concretos e estratégias apropriadas. Adaptações podem incluir simplificação de regras, uso de materiais visuais e ajustes de dificuldade, garantindo acessibilidade e alinhamento aos objetivos educacionais.
Assim, os jogos não apenas favorecem o aprendizado cognitivo, mas também potencializam o desenvolvimento socioemocional, alinhando-se aos princípios do PPP e ao compromisso da escola com a formação integral dos estudantes.
A prática foi realizada na Escola Municipal Pérola Byington na 7ª CRE, na Sala de Recursos, em duas etapas: revisão bibliográfica e prática. Na primeira etapa, foram analisados livros, artigos e teses sobre o uso de atividades lúdicas na educação de crianças com deficiência. Na segunda etapa, realizou-se uma observação em atendimentos individualizados e a aplicação de atividades lúdicas e jogos didáticos.
Esses jogos, especialmente adaptados, têm se tornado fundamentais na educação de crianças com necessidades específicas, como apontado por Kishimoto (1995). A especialização de brinquedos para atender necessidades específicas vem contribuindo para melhorar os processos de ensino e aprendizagem.
As técnicas utilizadas incluíram observação livre e prática, com foco em compreender como as atividades lúdicas contribuem para o aprendizado. O objetivo foi explorar o impacto dos jogos no desenvolvimento das habilidades escolares, identificar suas contribuições, criar jogos adaptados com a colaboração de professores e analisar as implicações dessas práticas no ensino.
Foi realizado um levantamento das habilidades a serem desenvolvidas e das dificuldades mais comuns enfrentadas pelos alunos, incluindo problemas de linguagem, dificuldades motoras e cognitivas. Jogos de lógica, vocabulário e coordenação motora fina foram utilizados como recursos pedagógicos. Entre os jogos aplicados, destacaram-se dois de alfabetização: quebra-cabeças com o alfabeto e outros quebra-cabeças adaptados. Esses jogos ajudam as crianças a desenvolver habilidades de resolução de problemas, pensamento crítico e memorização, além de estimular o trabalho em equipe e a colaboração.
Os quebra-cabeças utilizados demonstraram ser ferramentas eficazes para a alfabetização, auxiliando no reconhecimento do alfabeto e na formação de palavras. Além disso, quando realizados em grupo, promovem interação social e reforçam a memória de trabalho. A pesquisa reforça que o uso de jogos didáticos adaptados, alinhados às necessidades dos alunos, pode oferecer um aprendizado mais envolvente e eficaz, contribuindo significativamente para o desenvolvimento cognitivo, motor e social das crianças com deficiência.
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VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. 4.ed. São Paulo: Martins. 1994
Registros
Aluno do Pré II, TEA, em atendimento na Sala de Recursos, manuseando um quebra-cabeça do corpo humano.
Alunos do 2º ano, TEA, em atendimento na Sala de Recursos, manuseando um jogo de boliche, estimulando diferentes habilidades.
Aluna do Pré II, TEA, em atendimento na Sala de Recursos, manipulando lousa de imagens, estimulando diferentes habilidades. 