A iniciativa surgiu da observação dos hábitos alimentares adotados pelo alunado da unidade escolar, especialmente das turmas 161 e 162, nos anos anteriores. A proposta está alinhada com a BNCC, Orientações curriculares da Eja Rio e utilizou como base as novas normas sobre rotulagem publicadas pela ANVISA em 2020 (em vigor desde 2022). Na aula anterior a prática foi pedido aos alunos que trouxessem rótulos de alimentos consumidos por eles ao longo da semana. No dia da aula os rótulos foram distribuídos em uma grande mesa e os estudantes foram dispostos ao redor dela. Todos tinham acesso as embalagens de forma compartilhada. Os estudantes receberam um roteiro com as seguintes questões problema: Você costuma ler o rótulo dos alimentos? Você sabe o que é um rótulo? Quais são as informações que obrigatoriamente ele deve conter? A etapa seguinte foi escolher uma embalagem/rótulo e nele localizar algumas informações - lista de ingredientes, prazo de validade, informações nutricionais, medida caseira, porção. Paralelo as observações outros questionamentos foram lançados: A ordem dos ingredientes quer nos dizer alguma coisa? Essa porção diária corresponde a todo o pacote? Observem a quantidade de sódio que esse alimento contém? Você conhece esse “ingrediente de nome esquisito”? A problematização proposta pela professora suscitou várias reflexões. Levou os alunos: a comparar os rótulos de diferentes alimentos e perceber aspectos como o tamanho da lista de ingredientes (o que permitiu a apresentação do Guia alimentar para a população Brasileira e a nova classificação dos alimentos em 4 categorias); a relacionar a importância de os rótulos conterem informações como a presença de conservantes, lactose e glúten para pessoas com algum tipo de alergia ou intolerância; a associar que a quantidade exagerada de sal e/ou açúcares/adoçantes para portadores de doenças como obesidade, hipertensão e diabetes pode causar agravo de saúde.

Os estudantes foram capazes de realizar extrapolações sobre os impactos positivos dessas informações na saúde individual e coletiva da população, bem como no SUS, demonstrando o conhecimento construído durante a atividade. Comentários do tipo: “nossa, nem imaginava que isso tinha tanto sal!” falou um aluno sobre o tal biscoito amarelo, “Meu Deus... eu compro isso para o lanche da minha neta! Vou fazer suco de fruta para ela levar” observando a quantidade de açúcar presente em um copo de guaraná natural, “por isso que não dão essas besteiras na escola, né professora? Aqui a gente come comida de verdade!” indicam um olhar mais crítico acerca dos alimentos que consomem. Esse é o primeiro passo para escolhas alimentares mais conscientes e saudáveis.